
Um jogo passou e já é possível perceber os primeiros sinais que José Peseiro começou a trabalhar na equipa. Regularidades que foram surgindo sempre pelas equipas que foi passando.
A posse vertical. Que procura fundamentalmente explorar os espaços em direção à baliza, muitos apoios frontais, e se não conseguir aí circula de forma horizontal para depois voltar a alternar o ritmo de jogo.
As bolas paradas. O trabalho ofensivo nos cantos e livres, numa tentativa de desequilibrar o adversário primeiro, antes de colocar a bola na área (canto curto).
O centro de jogo. É aqui que se nota já uma grande preocupação do treinador. Não só por jogar mais no centro de jogo com muitas combinações entre jogadores, mas também pela forma como os seus jogadores se organizam para o jogar. O trabalho sem bola a que sujeitou, já, quem se prepara para receber é notório. Preocupação em explorar a variabilidade de soluções (apoio próximo e profundidade). X passos na profundidade e volta para receber no pé. X passos em aproximação e vai embora para receber no espaço. Movimentos estes de difícil coordenação, mas que visam a criação de melhores condições para receber, com um melhor enquadramento, com mais tempo e espaço. Na finalização. A grande preocupação em criar movimentos que permitam o aparecimento do passe atrasado. Um homem a movimentar-se sempre no sentido do primeiro poste para arrastar. Um a fingir que vai e a ficar mais atrás. Se possível, outro ao segundo poste.
Toda esta sincronização melhorará com o tempo – se os resultados assim o permitirem. O acerto do timing entre o portador da bola e a desmarcação. Até lá, e pela forma como a equipa por vezes se mostra afastada do portador da bola, por forma a preparar os movimentos que está a trabalhar, bem como a falta de sincronização dos mesmos, poderá resultar em perdas que em determinado momento do jogo podem retirar a confiança (que já não é alta) à equipa. O pormenor ainda pouco trabalhado, que por vezes pode partir a equipa com sectores muito afastados – os jogadores que vão na profundidade, não recebem, e não regressam para posições conservadoras. Esse equilíbrio, difícil de conseguir, entre o que o treinador quer, e o entendimento que os jogadores têm do que se pede, será a chave do sucesso/insucesso imediato do novo treinador do Porto.
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