Treino – Do fechado ao aberto

A responder ao Diogo Santos, num dos posts anteriores   surgiu o treino fechado como limitador da criatividade e o que podemos ir alterando para o tornar mais facilitador da identificação de estímulos que ajudem a decidir melhor.

Na primeira situação, o exercício tem zero (ou aproximado de zero) possibilidades de coisas novas. Esta definido pelo treinador, tudo o que os jogadores têm de fazer. O jogador da direita dribla 3 cones e cruza, sendo que o da esquerda passa as escadas e as barreiras e aparece sempre no mesmo sitio para finalizar. Sim, pode finalizar de cabeça ou com os pés, sendo que isto pode também ser manipulado pelo treinador para fechar ainda mais a situação.

Na segunda situação,  adicionando um defesa, que deve ir escolhendo o cone em que aparece, vai obrigar em primeiro lugar ao atacante escolher outro sitio para aparecer, e a quem cruza perceber onde o colega vai aparecer para la tentar colocar a bola. Uma pequena modificação, que torna o exercício um pouco mais aberto, possibilitando aos jogadores identificarem estímulos de jogo.
Na terceira situação, ao adicionar um guarda da linha com tabela, voltamos a aumentar os estímulos de decisão. O jogador que vai cruzar tem um problema a frente, que pode ultrapassar com drible ou com tabela com um colega, e só depois tem o outro problema a resolver – para onde passar, em função do posicionamento do defesa e do atacante.
Na quarta situação, adicionamos duas balizas pequenas no corredor central. Se por acaso algum dos defesas ou o guarda redes ganharem a bola, a situação deixa de ser (2v1)+(2v1+gr) para ser GR+2v3, com a óbvia transição defesa ataque (e ataque defesa)
Isto são situações muito muito básicas, mas que permitem perceber onde se pode ir mexendo para abrir as possibilidades de decisão e acção dos jogadores. No fundo, nunca deixa de ser uma situação de cruzamento para a área, mas na situação 1, foi desenhada para robots, para treinadores que querem dominar TUDO o que se passa no treino e no jogo, enquanto que na situação 4, muita coisa pode acontecer que pode fugir ao controlo do treinador, mas que obriga a que os jogadores identifiquem estímulos para poderem decidir o que é melhor ou pior a qualquer momento.

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