
Ainda júnior tornou-se uma referência na equipa principal do Benfica.
Tende-se a esquecer tal facto. Renato é de 97 e já é indiscutível no líder do campeonato português. Traça-se o potencial e elogia-se tantos outros mais velhos que ainda nem se conseguiram impor totalmente e por vezes parece querer-se ignorar o potencial de Renato. Ainda esta semana se ouviu Jorge Jesus garantir que Semedo, de 94 e que só na presente época garantiu lugar no seu clube, será a kms o central da selecção. E por vezes parece que tudo se faz para ignorar e desvalorizar o quão extraordinário é haver um míudo com idade júnior que está à beira de chegar aos dois mil minutos na Liga. Nem em clubes de menores aspirações surgem miúdos ainda júniores a impor-se com esta importância. Mais extraordinário se torna quando se fala de uma das equipas pretendentes ao titulo em Portugal.
Não tem a tomada de decisão dos melhores, como nenhum dos melhores tinha enquanto junior. E pelo perfíl de jogador que demonstra ser é bem provavel que nunca chegue a ter a classe de outros. Não vê mais além e erra demasiadas vezes em posse. E até sem ela, como todos os melhores com a sua idade o faziam. O que não se pode ignorar são as qualidades absolutamente invulgares que já possui nos dias de hoje. Não apenas o lado atlético que lhe permite comer metros muito rapidamente e vencer duelos individuais. Mas sobretudo o que com bola demonstra potencial para chegar. Com tanto erro, já progride e quebra linhas com uma facilidade assombrosa. E cada vez mais, num jogo tão mecânico e robotizado, ter alguém que no corredor central é capaz de desorganizar a estrutura adversária só pela forma como em progressão ultrapassa adversários é uma vantagem que pode muito bem ser explorada a preceito em qualquer modelo de jogo.
O rendimento actual de Renato está bastante longe dos trinta e cinco milhões. Todavia, na actualidade paga-se ao potencial. E negar o potencial que tem o jovem português é crime.
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