
O Nice voltou a vencer e a alargar a vantagem em relação aos perseguidores na Ligue 1. Figura principal da vitória, Dante, o defesa-central brasileiro que aterrou, esta temporada, em França. Notícia, porque surgiu numa função que lhe é pouco habitual. Em dois casos, a assistir para golo.
A defesa subida do Toulouse, a tentar encurtar o espaço disponível para os elementos mais criativos do Nice, acabou por ser fatal para o conjunto de Pascal Dupraz.
No primeiro lance, o passe surge num momento de recuperação de bola. A defesa do Toulouse alivia sem nexo e acaba por ser traída, na subida no terreno, pela velocidade de Plea, que acaba por beneficiar de, no momento do passe, estar em linha com o último jogador do adversário.
No segundo lance, a situação é mais curiosa. A equipa do Nice está em mudança de corredor, depois de ver travada a construção do seu ataque. Aos 17 segundos do vídeo, quando a bola ainda nem lhe chegou aos pés, Dante já instrui os seus colegas para um novo aproveitamento da subida da linha defensiva adversária. Sete segundos dois, Belhanda recebe para fazer o 2-0.
Pois, algumas equipas levam uma bolas nas costas a cada 5 jogos, outras levam 5 por jogo..
Faltou este feedback nos treinos: “Bola descoberta, desce”, “orientar os apoios”, “não dar costas à nossa baliza”..
Portanto, quando se enfrenta equipas que a partida tem maior qualidade de colocar boas nas costas da linha, como neste caso o Dante, é aconselhável não ter a linha tão subida? Ou por outro lado, achas que foram apenas duas distrações que resultaram em golo, porque se assim não fosse a linha mesmo estando subida poderia contrariar estes lances?
No primeiro golo há uma distração, eventualmente devido à forma como a bola foi “despejada” pela defesa do Toulouse. Poucos minutos depois, é pouco tolerável que a equipa não reaja de outra forma à bola nos pés de Dante. A subida da linha defensiva deveria estar associada a uma subida de linha de pressão que não oferecesse aquele espaço todo ao portador da bola.
Ou seja, basicamente se queres jogar linha defensiva tão subida tens que garantir que o portador da bola esteja sempre “pressionado” ou por outro lado já que a bola está descoberta, baixar a linha.
Sim. São dois comportamentos que estão interligados.
Dois passes do Dante irrepreensíveis, duas desmarcações irrepreensíveis, 2 laterais dorminhocos, 2 centrais a construir auto-estradas, 1 treinador que joga muito FM, uma menina que baixa a cabeça com medo de levar com a bola.
Um gr que resolve ficar a meio por porventura ter Stekelenburg como referência. 😀 ok já parei
Comportamento defensivo absolutamente ridículo da equipa contrária (incluindo a cómica saída do Guarda-Redes no segundo golo), uma anarquia, com marcações individuais à mistura e descoordenação total.
Jogar alto não é para quem quer…
Dante Ao nível de um Bonucci !!! Que qualidade… claro que há erros defensivos mas também uma inteligência em aproveitar qualidade técnica do central.
Favre a fazer mais um excelente trabalho, Nice candidato pelo treinador que tem, no Borussia MGladbach lembro me de um jogo frente ao Bayern de Guardiola em que deu um cheiro.
O contexto mostra mais uma vez ser decisivo.
Enormes dificuldades de Dante na Bundesliga, a mostrar muitas muitas vezes as suas limitacoes.
E aqui, a ser rei.
Há poucos dias, numa entrevista, Unai Emery caracterizava a Ligue 1 como um campeonato onde os duelos individuais têm muito peso, sendo que isso era associado aos casos recentes de sucesso na competição, como o Ben Arfa e o Balotelli.
Não tenho dúvidas que Dante entra neste grupo, demonstrando qualidades e experiência num contexto onde a adversidade criada pelo coletivo oposto é bastante menor do que na Bundesliga. O resultado está à vista.