Entre as coisas que inventou, as mudanças de ritmo. Era um futebolista que passava dos zero aos cem num instante. Caminhava com a bola e logo acelerava deixando para trás os seu adversários. Os rivais tinham tanto respeito que muitas vezes nem se atreviam a aproximar-e, a ir morder.
César Menotti sobre Johan Cruyff.
A capacidade para dominar todo um jogo pela forma como se controla o ritmo de cada lance é ainda hoje algo que vai escapando a quase todos. Há quem faça devagar. Há quem faça sempre a mil à hora. E há aqueles que dominam e controlam toda a envolvência ao redor, com a sua capacidade para mudar a velocidade com que jogam.
Um dos melhores jogadores de toda a história do futebol português encaixa na perfeição nas palavras guardadas para Johan Cruyff.
Incompreendido porque surgiu completamente fora do seu tempo. Um génio de aceleração e de pausa num momento em que em Portugal o jogo não entendia o desacelerar. Num momento em que o jogo quase não se queria pensado. Apenas executado e quanto mais rápido melhor.
Aqui fica o meu tributo para um dos melhores que alguma vez pude ver em toda a minha vida.
Totalmente de acordo, o Barbosa foi um dos melhores “falso lento”, tecnica apuradissima que lhe permitia jogar um futebol perfumado. Eu pessoalmente costumo equipara-lo um pouco ao Zidane, com base na forma como ambos antes da recepção já sabiam o que iam fazer á bola, e com pequenos pormenores tiravam os adversários do caminho. Este tipo de jogadores são os que levam os adeptos ao estádio.
Ainda hoje de manhã mostrei esse video ao meu filho a propósito da leitura de um artigo dele no mais futebol que tinga acabado de ler e que me levou a procurar no YouTube os seus melhores momentos vividos como jogador.
Subscrevo também o que diz Rodrigo Castro
Já vi grandes jogadores no meu Sporting (o Bala, JVP, Figo, etc…), mas nenhum me apaixonou como o Barbosa
Incrível a pouca importância que assumiu na selecção.
Não tirando o mérito e talento do Pedro Barbosa, creio que o grande controlador de ritmos do seu tempo foi o Rui Costa. Que dizem?
Totalmente de acordo. O Rui Costa além de compreender os momentos do jogo,via o que ninguém mais via, inventava um novo jogo. Não é por acaso que lhe chamam maestro. O Barbosa foi bom. O Rui Costa incomparável.
Como benfiquista a qualidade que mais apreciava no Barbosa era quando se fazia expulsar por acumulações de amarelos idiotas. 😉
Era daqueles que quando era bom, era muito bom, quando não era, não existia.
Diz-se que um dia perguntaram a Maradona qual era o seu jogador português preferido da altura, se Figo ou Rui Costa, ao que o este respondeu: “São ambos muito bons, mas o melhor é … Pedro Barbosa!”
aqui um video de um golo pela selecção portuguesa na Holanda quando ainda jogava pelo Vitória https://www.youtube.com/watch?v=PG2POwPNIfo
Façam uma relação do rendimento do Pedro Barbosa com as renovações de contrato e ai sim é que reside o grande génio do futebol, conseguia lesionar-se e “desaparecer” com uma facilidade que apenas está ao nível de uma meia dúzia de jogadores em todo o mundo. Se calha a ter a garra e o profissionalismo de um jogador normal teria chegado muito longe, mesmo muito longe, mas o que ganhava e umas palmitas vindas da bancada chegavam-lhe.