Depois de defraudadas as expectativas na temporada passada, é na presente época que parece poder vir a assistir-se a novo duelo de “titãs” entre liderados por Pep Guardiola e por José Mourinho.
O espanhol permanece fiel ao seu apaixonante jogar. Trabalha para aproximar ao máximo a sua equipa do que idealiza, e mesmo no recrutamento percebeu-se um perfil bem acentuado em função do que acredita. A contratação dos “cavalos” para os corredores laterais é excepção ao que pretende, e justificada por um novo sistema que assim o exige. Um jogar mais próximo daquele que mais aproxima da vitória em qualquer realidade. Total controlo com bola, saídas para o ataque de forma inteligente, e encurralar adversários atrás a todo o instante. Perfil Bernardo, David Silva e Kevin De Bruyne não deixam margem para dúvidas sobre como pretende continuar ou voltar a dominar o futebol europeu.
Caminho bem diferente percorre José Mourinho. A optar por construir uma equipa mais pensada para o estilo próprio da Premier League. A preparar um modelo que responda à especificidade da competição interna. Quer a forma como recrutou, quer a forma como o United se apresenta nos primeiros jogos não deixam margem para dúvidas. Não pretende sufocar. Muito pelo contrário, com os perna longas Pogba e Matic, fabulosos a vencer duelos, a recuperar bolas e a lançar os ataques rápidos, onde Rashford, Lukaku e sobretudo Mkhitaryan quando em condução, aproveitam desposicionamentos adversários, tudo no que prepara Mourinho é aproveitar uma liga onde praticamente todos os adversários atacam e abrem o campo.
Enquanto Pep prepara um jogo total. De inteligência a todo o instante, o português a preparar-se para enganar opositores internos, que não percebem que ter a bola e a equipa aberta perante o United é o primeiro passo para perder o jogo.
Matic trouxe neste jogo algo que não existia antes e vai permitir a Rushford partir tudo frequentemente.
spurs 2 golos de futebol total
Pep fiel às suas ideais mas deverá descomplexar as demasiadas acções nos pés e cabeça dos jogadores para não asfixiar. O destape em recuperação e cobertura deve ser mais cuidado pela forma como ataca. Ofensivamente, terá que subir o nível dos rasgos coletivos nas entrelinhas e espaços curtos.
Mou, igual a si. Baixar ligeiramente para chocar, recuperar e meter transição rápida. Combinações mais oleadas, maior conhecimento de processo. Mas no fim, produto igual.
Óptimo jogo para se ver o que Mourinho quer. O Bilic sem os golos-milagre do Payet tem demonstrado quão aberrante é para treinador de Premiership. O West Ham é só sofrível em todos os aspectos do jogo e vai ser uma outra época sofrível. Pode ser que com o Carvalhal a ser criticado em Sheffield a malta na Green Street abra os olhos.
…Ou não!