A passagem de Gelson para o corredor esquerdo em Guimarães, aliada à exibição fantástica de Fábio Coentrão e Mathieu a trazerem novas possibilidades ao jogar de Jorge Jesus.
O central francês a sair para o ataque com uma tranquilidade e qualidade incrível, não errando uma decisão sobre o momento de progredir ou passar. Sem tremer, nem a sentir necessidade de acelerar mesmo quando apertado, a encontrar caminhos para fazer o Sporting progredir no campo de forma inteligente.
Coentrão com um jogo já bastante mais próximo do seu incrível potencial, a garantir não só qualidade nas saídas para o ataque, mas também a surgir já a desequilibrar ofensivamente o jogo, da forma como sempre o fez com maior qualidade. Associando-se! Procurando tabelas dentro, decidindo bem, e colocando qualidade técnica no seu gesto!
O triunvirato à esquerda, permitia ao Sporting sair sempre com bola dominada, explorando posteriormente o corredor esquerdo em profundidade, ou se atraía adversários, variava para o corredor direito onde Piccini e Acuna já tinham mais espaço para jogar como são mais fortes. Em espaços largos que pedem momentaneamente mais correria.
Depois do jogo no Castelo, não espantará que a identidade leonina comece a acentuar-se por dar primazia a uma construção à esquerda, para que consiga promover um jogo mais inteligente e mais ligado. E do corredor esquerdo para onde o jogo o pedir.
Em primeiro lugar, parabéns pela análise e pelo vídeo. Muito bem conseguidos, como é natural neste espaço.
Tardava em ver satisfeito o meu desejo de ver os alas trocados no Sporting!A falta de jogo interior nas partidas anteriores “gritava” por uma mudança neste sentido. Se alguns diziam que um ponta como Bas Dost necessitava de dois alas procurando o cruzamento, junto com os lateriais, eu pensava que para se fazerem cruzamentos era preciso conquistar o espaço da ala. E não é sobrepovoando-a que isso se faz. Além do mais, Bas Dost não é apenas um simples “encostador”. Na maior parte das vezes, recebe, temporiza e passa bem, se tiver opções.
Já no caso de Gelson Martins, o seu jogo só tem a ganhar jogando na esquerda. Se na direita, Gelson é bom a ganhar a linha, não é pela capacidade de cruzamento que se destingue pelos demais. Agora, flectindo para o meio, Gelson espalha o caos, arrasta laterais, pode tabelar com os médios interiores, abrir a passagem de Coentrão, virar para Acuña (como no vídeo), procurar a profundidade ou até rematar! Embora tenha de melhorar esse seu último atributo, será na esquerda que Gelson pode crescer e tornar-se ainda mais num jogador de topo! Como suplente, poderá ter muito bem Podence.
Do outro lado, sabe-se que Acuña remata bem e tem também boa capacidade de passe. Piccini ganha também mais espaço para chegar à linha de fundo, numa necessidade que não lhe é desconhecida, fruto da experiência no 3-5-2 do Bétis. E há ainda Iuri, que na direita pode muito bem agarrar o lugar e oferecer mais criatividade ao ataque sportinguista…