Com a perda do clássico número dez, tantas vezes nos dias de hoje são os falsos alas que surgem para provocar danos nas estruturas defensivas adversárias.
Falsos porque apenas ocupam o espaço exterior nos momentos defensivos, ou para ganhar espaço para receber, antes de conduzirem de cabeça levantada para dentro enquando descobrem espaços e criam situações de potencial perigo para os seus colegas.
O regresso em força do 4x4x2 ao futebol Europeu, veio obrigar ao readaptar de alguns dos mais talentosos ao novo jogo, onde a competência defensiva é tão necessária quanto o ter qualidade para dar saídas ofensivas com criatividade e critério.
São ainda alguns os jogadores capazes de encantar as plateias em qualquer época do futebol mundial, que mesmo parecendo terem nascido fora do seu tempo, pela forma sublime como pensam o jogo, o temporizam e tratam a bola sem a pressa dos demais, se destacam pela qualidade do seu jogo, e que mesmo não tendo entrado ou sobrevivido nos grandes do futebol mundial, importa valorizar.
Dani Parejo, o médio centro do Valência, é o centro de todo o jogo da surpresa da Liga Espanhola. Dele se poderia afirmar ser um jogador de último passe. É porém, muito mais do que isso. Dani Parejo é o homem que mesmo no primero passe começa a decidir todo o destino de um lance ofensivo. Sem acelerar, acelera o jogo quando assim o tem de ser. Um criativo que é hoje um dos melhores da Liga Espanhola, mesmo jogando fora do grande centro.
A França regressou Payet. No Olympique de Marselha encontrou espaço para fazer sobressair todo o seu talento, e é hoje um dos europeus com maior capacidade para criar sucessivamente situações de perigo para as redes adversárias. Acelera, trava, sempre de bola colada nas botas, enquanto percebe toda a envolvência. Parte de espaços mais ofensivos que Parejo, e mais do que ligar o jogo, tem se mostrado um criador de excelência. A cada toque que dá, aproxima o Marselha do golo. Um puro dez que faz sonhar todos os que se deleitam com as grandes e criativas jogadas, ao alcance de apenas uma minoria.
Ainda fora da Europa, mas com o mundo ansioso por vê-lo nas grandes competições, Arthur venceu a Libertadores pelo Grêmio, e só a “nova” realidade financeira do futebol no Brasil, vai impedindo o seu ingresso num dos melhores clubes da Europa. O baixo centro de gravidade, o giro, a qualidade técnica, a forma como conduz, dribla e define, tornam-o um jogador especial. Daqueles que não podes apertar porque ele vai-te ludibriar.
Um sem número de recursos, mas acima de tudo, a capacidade para fazer jogar toda uma equipa ao ritmo próprio com que decide cada lance.
Maldini penso que o futebol moderno está a trazer uma nova forma de pensar o jogo. Creio que cada vez mais acima do sistema se encontram as dinâmicas a personalidade da equipa quer tática quer tecnicamente. Sendo posicional mas deixando de lado todas aquelas táticas simétricas com posicionamentos demasiado simplistas.