
Sobre o Loures… É uma equipa que tem um jogo de um nível superior àquele da divisão em que estão. Têm uma ideia de jogo bem construída, atualizada. Espero que não consigam ver a ideia de jogo deles, para nosso bem… Com os jogadores que têm, jogam de uma forma diferenciada
José Peseiro
No passado fim de semana, um dos treinadores que temos vindo a referenciar no Lateral Esquerdo há já algum tempo, teve oportunidade de mostrar a Portugal a qualidade do seu trabalho, na montra da Taça de Portugal, que o fez defrontar o Sporting.
O trabalho do jovem treinador que brevemente voltará aos campeonatos profissionais é de tal forma diferenciado que é impossível ficar indiferente. Não é normal reconhecer-se tanta qualidade posicional e na interpretação do que é cada momento do jogo, bem como no valorizar de todos os momentos e jogadores por igual, numa equipa que não integra as Ligas Profissionais.
A qualidade táctica do GS Loures tornam o seu colectivo diferenciado até do que se faz nas Ligas profissionais.
Ainda bem antes da sua chegada ao topo, mencionei neste espaço o impacto que Jorge Jesus se preparava para ter em Portugal e como mudaria tacticamente quase toda a Liga. Depois do agora treinador do Al-Hilal, e bem antes do incrível salto qualitativo em termos nacionais do Sporting de Braga, trouxe a organização e a forma de trabalhar diferenciada de Abel Ferreira, fazendo prever o que se seguiria. Hoje, permitam-me destacar o treinador do Loures, André David, que tem sido coadjuvado entre outros, pelo excelente Bruno Fidalgo.
Porque foge completamente ao habitual num país onde por vezes parece crer-se que ser-se bom tacticamente se cinge a ter uma boa organização defensiva, ignorando todos os restantes momentos do jogo.
Em tempos um seu adversário apelidou uma anterior equipa do treinador transmontano como o “Barcelona do Campeonato de Portugal”.
Da eliminatória da Taça de Portugal, e para quem ainda não tinha noção de como prepara as suas equipas, valorizando-as, surge ainda mais a certeza de que é errado olhar para André como apenas mais um “romântico” do jogo. A qualidade do seu trabalho vai muito para além de um ideal ofensivo e de coragem, mas antes caminha no sentido de proporcionar condições óptimas para que os resultados surjam. Sim, porque com qualidade e competência colectiva, podes jogar bem e vencer!
O lado táctico do Loures, que lhe permitiu equilibrar uma partida frente a “extra terrestres”. E isto com menos de dois meses de trabalho!
Lançámos os jogadores porque eles têm qualidade. Não lancei o Miguel Luís porque mais um jogador para o meu currículo de treinador. Não o lancei mais cedo porque acho que o jogo não estava seguro
José Peseiro
Bruno Fidalgo, que escreve aqui?