A magia do jogo… no cérebro

Certamente já lhe aconteceu chutar involuntariamente ainda que esteja a assistir ao jogo sentado no sofá, ou até já experimentou um pouco da dor alheia de um pontapé dado naquele sítio que faz ver estrelas… não foi você que levou o pontapé mas sim o jogador, ainda assim você quase que sente a mesma dor…

Porque nos envolvemos tanto com o futebol enquanto apenas assistimos, e porque isto é tanto mais verdade se estivermos no estádio e ainda mais se formos nós próprios jogadores da modalidade?

A resposta? Neurónios espelho!

Os neurónios espelho foram descobertos por acaso na universidade de Parma em Itália nos anos 90, enquanto os neurónios motores de um macaco eram monitorizados via EEG (eletroencefalograma).

A investigação passava por perceber quais os neurónios que disparavam sempre que o macaco pegava num amendoim e o levava à boca, mas por brincadeira quando um investigador roubou um amendoim ao macaco os neurónios do macaco, que apenas observava o investigador a comer, dispararam!

Hoje sabemos que estes neurónios estão ativos quando fazemos algo ou quando observamos alguém a fazê-lo.

São responsáveis pelo impulso de bocejar sempre que vemos alguém bocejar mas não só… são responsáveis pela aprendizagem, daí o “monkey sees monkey does” (macaquinho vê, macaquinho faz).

Quando se trata de algo que já aprendemos ou de uma experiência que já tivemos, sentimo-lo ainda mais!

Daí que quando está a assistir futebol, um desporto que regra geral todos já experimentaram, ainda que a título amador com uns amigos, se envolva tanto e sinta o mesmo que os jogadores estão a sentir…é que de facto no seu cérebro estes neurónios espelho estão ativos para dar conta dessa experiência de imitação.

O mesmo não acontece quando vê o balé da sua filha ou a patinagem artística na TV pois não? É que a menos que tenha experiência dessas modalidades o seu cérebro não irá ativar estes neurónios e a sua experiência passa apenas pela observação “não sentida”.

É a magia do futebol explicada pela neurociência!

Texto de Juliana Monteiro CEO Neuropulse®

Neurocientista e Psicóloga Clínica Especialista em Peak Performance com Biofeedback, Neurofeedback e t-DCS.

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