
“O Futebol vai evoluindo e vai mudando de tempos para tempos. O jogo é mais rápido, há menos tempo e menos espaço. (…) Nenhum treinador chega para permanecer no alto rendimento sem conseguir acompanhar a velocidade do barco. Saiba que se hoje continua com as exactas mesmas convicções de há uma década, talvez deva reflectir.”
Pedro Bouças, 2020
Ao longo dos anos, o jogo não pára de evoluir. Novas respostas surgem para os problemas que o jogo vai colocando. Desengane-se quem ainda pensa que o Futebol está inventado ou é um jogo sem grande complexidade. Quem o pensa estará, certamente, a dar o primeiro passo rumo ao insucesso. Nos últimos anos, pela grande predominância da defesa zonal/mista têm surgido novas formas de atacar para responder aos problemas levantados por este sistema defensivo.
Com alguma naturalidade, algumas formas de atacar como o 3x4x3 ou 3x5x2 ganharam uma maior relevância no jogo para garantir soluções à largura, por dentro e na profundidade. Para responder a estas nova tendências ofensivas, várias equipas começaram a iniciar o momento defensivo com três jogadores mais adiantados (caso do Liverpool de Klopp) , como também, várias equipas optam por controlar a largura com cinco ou seis jogadores na sua última linha.

Nesta temporada que, ainda decorre devido à pandemia, foram várias as equipas que têm utilizado o 5x2x3 no momento defensivo com grande sucesso, sobretudo em Portugal. Tal não significa que se tenha começado a utilizar esta temporada, uma vez que, na temporada passada (18/19), já várias equipas tinham utilizado este sistema defensivo como o Sporting de Keizer ou até mesmo, o Belenenses de Silas.

Nos dias de hoje, o 5x2x3 oferece um conjunto de vantagens assinalável para quem defende, uma vez que, em ataque posicional, a maioria das equipas opta por uma construção a três, amplitude máxima e muita gente em espaços interiores. Como o jogo é dinâmico e ligado, faz sentido preparar o momento do jogo seguinte. Defender com três jogadores mais adiantados é uma das grandes vantagens porque permite libertar estes para os momentos de transição ofensiva com recuperações e saídas em contra-ataque contra equipas ainda abertas. O exemplo do Liverpool, embora não defenda neste sistema, demonstra os benefícios de adiantar três jogadores num primeiro momento defensivo.
Outra das vantagens reside numa maior capacidade para controlar a largura defensiva. Defender com cinco dificulta quem ataca com amplitude máxima pela menor distância de deslocamento que os laterais da linha de cinco têm de percorrer para controlar a largura. Ainda, defender em 5x2x3, permite uma boa protecção do corredor central com três centrais e dois médios, cujo os últimos não precisam de se deslocar ao corredor lateral em organização defensiva.

O Jogo continuará a evoluir e a tornar-se mais complexo. Quem não acompanhar a evolução ficará para trás. Novos problemas surgirão como o surgimento do 5x2x3 e novas soluções (individuais e coletivas) aparecerão para resolver estes problemas. O mais importante será acompanhar esta evolução e não ser redutor, ao ponto de pensar que, o futebol como a sociedade vive de tendências.



Sem dúvida uma das grandes evoluções do jogo nos últimos tempos. Cá em Portugal temos o exemplo do Vitória SC do Ivo Vieira que utiliza muitas vezes Pêpê como sendo o DC do meio no processo defensivo, defendendo assim em 5-4-1 ou 5-2-3. E depois a partir daí a transição é feita com exploração dos 3 homens da frente e com um construtor já no corredor central e no meio dos centrais.
Post util com nuances do tempo atual. à uns anos JJ disse (e bem) que o futebol deveria ver outras modalidades… Ao jogar contra equipas em bloco baixo e defesa a 5, lembro-me do andebol (extremo e pivot com uma circulação rapida por dentro e por fora à espera do espaço)… Jogar contra 5 em bloco baixo, onde se junta mais 3/4 jogadores no centro do miolo obriga à inteligencia de todos os intervenientes e jogadores evoluido tecnicamente no meio para poder fazer a diferença, deixando para tras os box-to-box e os trabalhadores. No futsal tambem acontece isto um pouco, mas pode-se mudar a quadra nos dois momentos.
No meu ver para jogar contra 5 punha 2 extremos muito abertos (tipo andebol), um pivot para tabelar com os medios que entram pelo meio, ou a explorar a meia distancia (andebol). Os extremos são solicitados para rasgar e cruzar ou rematar em função da profundidade que ocupa…
A grande oportunidade neste jogo contra 5 é contra-ataque explorando o momento da perda de bola adversaria e recuperação, onde ter dois extremos bem posicionados, rapidos e tecnicistas decide o jogo.
A inteligência do jogo e a “nota artistica” será jogar contra 5/8 e ter a capacidade tecnica do “meinho” em zonas recuadas de risco.
Este estilo e o seu “choque” na obtenção de resultado pode ser revisto nos jogos barcelona-inter de guardiola e mourinho, com interpretes de luxo..
Atualmente o wolves portugues está muito bem formatado para este tipo de jogo a defender e a atacar. A defender falha pois não possui interpretes muito evoluidos, daí vacilar até mesmo com adversarios mais simples. Sobressai no contra-ataque, sendo que se explorar o “meinho” em zona recuada oferece bola ao adversario.
Com o passar do anos, com uma adaptação total das equipas neste sistema, o jogo fica enfadonho e perde interesse..
Apenas dá espectaculo e entusiasmo quando se confrontam dois sistema opostos.