Curtas do Benfica numa noite prometedora de Pedrinho

Pedrinho

Com três tentos apontados no primeiro quarto de hora, o Benfica tornou ainda mais fácil uma noite que, à entrada para esta eliminatória, já se adivinhava de baixo grau de dificuldade. O facto de Jesus não ter efetuado muitas trocas àquela que tem sido a sua base, também não concedia grandes veleidades ao Vilafranquense de João Tralhão.

  • Essencial a utilização de dois pontas na forte entrada do Benfica:
    • No primeiro, cria-se uma situação de dois para dois com os centrais do Vilafranquense. Nota aqui para a péssima colocação de apoios do central esquerdo dos vistantes e pelo facto de não haver ninguém no eixo bola-baliza – um dos interiores hesitou entre apertar Gabriel ou baixar, prefindo a segunda opção, e a falta de pressão ao portador permitiu um passe pelo meio do bloco do Vilafranquense.
    • No segundo, arrastam os dois centrais e trinco para o interior da área, deixando a zona de meia lua para Pizzi aparecer onde tanto gosta, fazendo um golo de difícil execução. Interiores do Vilafranquense lentos a baixar neste lance.
    • No terceiro, Gonçalo traz o central esquerdo e o trinco para a lateral, deixando Seferovic numa situação de um para um com o central direito.
    • João Tralhão acabaria por colocar Jefferson (trinco) mais próximo dos centrais depois deste terceiro golo, passando de um 4-1-4-1 para um 5-4-1.
  • Algumas debilidades do Benfica não foram exploradas neste jogo, também por incapacidade do adversário:
    • Médios muito subidos, às vezes até em paralelo, deixando o espaço entre defesa e meio-campo sem coberturas.
    • Algumas desarticulações na linha defensiva quando têm de defender a profundidade.
    • A forma como o Gabriel e Taarabt arriscam na zona média podia colocar a equipa exposta a alguns contra-ataques perigosos.
  • Nalguns momentos, o Benfica exagera na forma como tenta combinar no corredor central (tabelas, apoios frontais e terceiro homem). Envolve demasiada gente no meio e fica sem ninguém à largura – não fixam nem criam vantagem por fora.
  • É verdade que a noite foi menos complicada que o habitual e isso aplica-se a todos os jogadores das águias. No entanto, Pedrinho demonstrou pormenores técnicos e de leitura de jogo que deixaram água na boca. A forma como mata as bolas que vêm pelo ar, a utilização dos dois pés, a qualidade no último passe e a dificuldade que os adversários têm em tirar-lhe a bola fazem dele um jogador perigoso, quer quando progride em drible, quer quando se associa em tabelas com os colegas. A coroar a sua exibição, um golaço que mistura força e colocação!
  • O tempo que Gabriel demora a decidir e executar deita a perder alguns momentos em que o Benfica podia acelerar e seguir em frente. Já para não falar do número de passes errados.
  • Uma palavra para o Vilafranquense de João Tralhão, que hoje regressou a uma casa que tão bem conhece: bloco muito compacto em 4-1-4-1 no início do jogo, com os jogadores a apertarem os do Benfica quando estes recebiam de costas, posteriormente alterado após o terceiro golo para o 5-4-1, com Jefferson a jogar quase como central. A diferença de qualidade individual era por demais evidente, e uma entrada como a do Benfica obriga imediatamente a uma mudança de estratégia, o que é ingrato para quem não é favorito.

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