Curtas de um Encaixe Tático que Pote desencaixou

Em Alvalade, assistiu-se a um encaixe tático fruto das duas equipas atacarem e defenderem nas mesmas estruturas. Num jogo entre as duas das melhores equipas do campeonato, apesar da derrota bracarense, a equipa de Carlos Carvalhal foi, globalmente, melhor que a equipa leonina. A Eficácia da equipa de Ruben Amorim prevaleceu com ajuda, mais uma vez, de Adán.

  • Primeira meia hora mais forte do Sporting, sem criar grande perigo perante um Braga muito pressionante sobre a saída curta leonina a criar grande desconforto na construção leonina e até a conseguir recuperar a bola em zonas altas
  • Carvalhal preparou o seu Braga para encaixar, defensivamente, no 3x4x3 do Sporting com os três da frente (Fransérgio, Paulinho e Horta) preparados para saltar à pressão nos três centrais do Sporting, Galeno e Esgaio a fechar espaços laterais e os dois médios a encaixar nos médios sportinguistas assim como Ruben Amorim o fez sobre a construção bracarense em 3x4x3
  • Foi assim que, a partir da meia hora, o SC Braga cresceu no jogo e teve as melhores oportunidades da primeira parte podendo, até, estar em vantagem ao intervalo
  • No inicio da segunda-parte, a toada manteve-se com o Braga a criar e até a chegar ao golo logo nos primeiros minutos de jogo. Com bola, sempre personalizado, com um grande variabilidade de movimentos por parte dos seus avançados que foi desmontando a linha defensiva leonina e estrategicamente, a explorar Galeno em situações de 1×1 contra Porro que foi, não só ofensivamente, mas também defensivamente extremamente competente anular Galeno
  • Num momento em que o Braga até estava por cima, o Sporting chega à vantagem por Pote e desbloqueia o encaixe existente entre as duas equipas. Contudo, dentro deste encaixe, o Sporting foi vencendo sempre mais duelos individuais (o que é extremamente importante quando existe um encaixe tático)
  • Seria através de dois duelos vencidos por jogadores leoninos que, o Sporting chegaria ao segundo e último golo do jogo numa boa jogada de Sporar finalizada por Matheus Nunes

Mais um jogo extremamente rico taticamente do nosso campeonato. Numa era em que valorizamos constantemente o que se faz lá fora, importa começar a valorizar o que bem se faz por cá. Não é por acaso que, temos espalhados por todo o mundo, jogadores e treinadores bastante competentes.

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Apaixonado pelo jogo e pela análise. É o pormenor que me move na procura do conhecimento. Da análise ao jogo, passando pelo treino, o Futebol é a minha grande paixão.

1 Comentário

  1. Eu não conhecia bem o Al Musrati – porque não tenho paciência para ver futebol português, limito-me a ver os jogos do Braga (por vício inculcado pelo meu pai, na minha infância). Mas depois de o ter visto a jogar já várias vezes, posso dizer que não o trocaria por Palhinha. Este é mais ágil e mais físico, o que talvez lhe dê alguma vantagem nos duelos e uma maior capacidade para dobrar com rapidez os companheiros, mas o Musrati tem uma qualidade incrível com a bola nos pés. A sua tomada de decisão e a sua qualidade no passe (frequentemente vertical e a rasgar) é sensacional. Estou francamente impressionado! E as suas caraterísticas casam muito bem com as caraterísticas de Castro (que hoje não pôde jogar). Hoje foi mais um festival de saídas limpas sob pressão, passes à distância, passes a rasgar… Muito, muito bom!
    E penso que o Braga foi francamente melhor. Claro que havia problemas lá atrás e sobre a esquerda (com ausências e jogadores limitados fisicamente, o que até foi visível nos golos sofridos) mas, com as lacunas que havia, não se pode pedir mais. Faltou eficácia – sobretudo o marcar primeiro. Mas o Braga teve grandes momentos de futebol, com capacidade de ultrapassar a pressão do Sporting em triangulações ao primeiro toque, com chegada à área contrária, com oportunidades para marcar. Ficaria muito contente se o Braga conseguisse esta bitola exibicional durante toda a temporada…

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