Como o Benfica empatou em Moreira de Cónegos – Um Por(maior) individual que fez a Diferença

Mais uma vez, com o jogo controlado, o Benfica acaba por empatar num por(maior) individual que se revelou decisivo para o resultado final. Uma má colocação dos pés não permitiu uma rápida rotação corporal de Grimaldo, acabando por demorar a encurtar sobre o portador e a cometer penalty, através do qual, o Moreirense chegou ao empate na partida.

Por estas mesmas situações, há muito que defendo a orientação para dentro do corpo e dos pés dos laterais. Porque para dentro, estarão sempre a olhar para a bola ou pelo menos, o seu campo de visão permitirá visualizar a bola. Com os apoios para fora, à priori, o lateral deixará de olhar para a bola, passando a olhar apenas para o adversário ou pelo menos, irá priorizar a sua atenção no adversário em detrimento da bola. Existe a necessidade de, nestas situações, conseguir olhar para a bola, ao mesmo tempo que, se controla o nosso adversário mais próximo e principalmente, controlar o espaço onde ela poderá entrar.

Além disto, a orientação corporal para o adversário direto, impossibilita-nos de controlar o espaço nas nossas costas porque, se a bola entra na profundidade (entre central e lateral), o tempo que o lateral irá demorar a rodar os apoios será suficiente para o nosso adversário chegar primeiro como no lance de Nuno Mendes contra o Moreirense. Trata-se, portanto, de estabelecer prioridades porque quando orientamos os nossos apoios para dentro, iremos perder contacto com o nosso adversário, mas estaremos a priorizar o fecho da baliza que, naturalmente, é o mais importante.

O posicionamento corporal dos jogadores é um porm(aior) que cada vez mais faz a diferença porque permite estar (ou não) um segundo mais à frente do que outro jogador e nos dias de hoje, um segundo faz a diferença num jogo cada vez mais complexo. Este por(maior) é cada vez mais determinante no resultado final como ontem ficou demonstrado. O erro individual virou um jogo completamente controlado pelo Benfica para um jogo com um grau de dificuldade tremenda.

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Apaixonado pelo jogo e pela análise. É o pormenor que me move na procura do conhecimento. Da análise ao jogo, passando pelo treino, o Futebol é a minha grande paixão.

11 Comentários

  1. Entao basicamente,defendes que apenas o lateral fica com os apoios para dentro,de forma a poder defender/chegar melhor ao espaço central(espaço entre lateral-central)?

  2. Mas isso faria com que ele chegasse ainda mais tarde a esta bola…
    E se ele defender mais por dentro e claramente virado para o opositor?

    • A rotação é muito mais fácil. Repare no tempo perdido por Grimaldo a fazer a rotação ou até por Nuno Mendes, situações diferentes mas a resposta é a mesma! Grimaldo, se tivesse com os pés virados para dentro, preparado para retirar profundidade em deslocamento lateral, chegaria muito mais rápido.

    • Eles não tinham só que olhar para o espaço entre central-lateral. Os laterais têm de olhar para a linha defensiva, de modo, a estarem alinhados, mas sobretudo ver a bola. É uma questão de prioridades como referi. 1 – Bola 2 – Espaço 3 – Adversário e já nem inclui aqui, a baliza. Posto isto, se a referência é as principais referências são a bola e o espaço, então fará sentido estar posicionado por dentro e com os pés virados para dentro.

  3. Não concordo com a tua opinião. No meu entender em nenhuma das situações, a colocação dos apoios, no momento antes da bola ser passada ao extremo, foi determinante para o desfecho da jogada. No caso do Grimaldo, não foi, na minha opinião pela dificuldade em virar o corpo que demorou a chegar perto da bola (porque a bola acaba por ir para o corredor lateral. Que é precisamente para onde ele está virado.) e o aspeto determinante foi a colocação dos apoios na ação de contenção (que permite a “cueca”). Já na situação do Nuno Mendes, parece-me que o que é determinante é a decisão da linha defensiva em manter a “altura” estando a bola descoberta e tendo um jogador a atacar aquele espaço vindo de trás. Ou seja, mesmo que ele estivesse virado para dentro seria difícil chegar àquela bola primeiro.
    Mas respeito a tua opinião e muito obrigado pela partilha e pelo tema que é muito interessante!
    Abraço!

  4. Uma questão: Que posicionamento ou orientação corporal achas que deve ter o teu lateral quando a bola está no corredor contrário? Se é para dentro, como controlas os movimentos de rutura efetuados nesse espaço?
    Obrigado

    • Boas. Esses movimentos seriam ainda mais fáceis de controlar. Porque o Lateral está por dentro e com o corpo virado para dentro, a distância para o seu central seria muito curta e fácil de anular.
      Abraço

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