Análise: um erro de centímetros e pormenores deitou abaixo um plano muito promissor de Pepa

Tem sido habitual neste Sporting a eficácia tremenda do seu ataque. A equipa de Ruben Amorim tem tanto de jovem como de matreira, e tem mostrado que, independentemente da estratégia usada pelos adversários, acaba por encontrar soluções dentro do seu modelo que têm sido suficientes para ganhar vantagem na nossa liga. Explorando a largura, explorando passes longos na profundidade, de bola parada ou em contra-ataque, este Sporting tem aproveitado todas as oportunidades dadas pelos adversários, mesmo que sejam em número reduzido, como foi o caso do Paços de Pepa. O treinador dos castores preparou muito bem este jogo, alinhou num 5-4-1/5-2-3 assimétrico em organização defensiva e retirou muito o espaço central aos leões, forçando o seu jogo para a lateral e aplicando uma pressão muito forte em zonas do campo pré-definidas.

Com bola, o Paços tentou atrair a pressão dos 5 jogadores do meio-campo e ataque do Sporting, recuou Bruno Costa e Eustáquio em fases iniciais para dar mais critério e tinha Fernando Fonseca e Rebocho a explorar os corredores. Na frente, Hélder Ferreira e Luther Singh passaram muito tempo em zonas centrais a apoiar Douglas Tanque numa possível segunda bola e no trabalho de costas para a baliza do avançado pacense. Competente e bastante seguro com bola, o Paços confiou na mobilidade do seu meio-campo e na interpretação do momento para acelerar para causar algum perigo ao Sporting e chegar ao último terço em boas condições (principalmente na primeira parte, num jogo que após o segundo golo dos leões se apagou e foi principalmente marcado por várias paragens, faltas e menos intensidade):

Ora, como Pepa já tinha explicado aqui, não existe um plano perfeito para parar este Sporting. Ou se abdica da pressão para proteger espaços mais recuados, ou se sobe as linhas e arrisca-se o espaço nas costas. O Paços de Ferreira abdicou ligeiramente da pressão nos centrais leoninos, confiando na sua linha defensiva para ajustar constantemente a altura da sua linha e, coordenada, conseguir estar preparada para os passes longos de Feddal, Coates e Inácio. O plano estava muito bem preparado e a pressão aos centrais bem definidas a partir de certas zonas (Singh em Inácio, Luiz Carlos em Feddal), no entanto, um erro após uma bola parada deu início à vitória dos leões, através de um lance de penalty cometido por Pedro Rebocho. Muito espaço para os centrais leoninos, falta de ajuste do lateral português após subida da linha (poderia ter juntado mais aos centrais protegendo o corredor central), aumentando a distância para o seu central e p[permitindo que Pote, sem acompanhamento, aparecesse nesse espaço. Uma jogada, alguns segundos, alguns metros dados e foi suficiente para o Sporting aproveitar, não desprezando mais uma prova da excelente estratégia e qualidade do Paços de Ferreira de Pepa:

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Sobre RobertPires 84 artigos
Rodrigo Carvalho. 26 anos, treinador adjunto-analista nos San Diego Loyal, EUA. @rodrigoccc97 no Twitter.

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