Dragão em fuga e perseguição

Um penálti defendido por um e uma ação displicente por parte do outro. Foram os opostos na qualidade das ações dos guarda-redes das duas equipas a definir os caminhos de um jogo que, pondo em confronto duas equipas com extrema necessidade de pontuar, mesmo que por diferentes motivações, teve mais suor que qualidade.

Talvez por não ter Otavio, nem outro no plantel que ofereça o mesmo impacto que o luso-brasileiro ao jogar portista, Sérgio Conceição optou por abdicar de um avançado e juntar mais um médio à sua estrutura. Embora procurando ter Corona e Diaz a pisarem zonas interiores, a circulação azul e branca foi, frequentemente, lenta e servida de pouca criatividade.

Para tal, não pode ser dissociado o facto de o Nacional ter conseguido condicionar a entrada do início de construção portista nas costas da sua primeira linha de pressão e, com isso, retirar fluidez à circulação portista.

Foi, aliás, através desse condicionamento que os madeirenses conseguiram engatilhar algumas transições que expuseram as debilidades defensivas de Zaidu, especialmente, em confronto direto com João Camacho. O primeiro desses lances não causou maior mossa graças a Marchesin, que ao defender, aos 5 minutos, uma grande penalidade, negou aquele que poderia ter sido o golo da vantagem insular.

Consciente que o jogo e a magra vantagem não estavam controlados, Sérgio Conceição começou por mudar o figurino do seu miolo, juntando Uribe a Grujic e soltando mais Sérgio Oliveira e já nos últimos 20 minutos regressou ao “seu” 4x4x2, terminando o jogo, até, com uma linha de 5 atrás ao colocar Diogo Leite. Todas as alterações portistas foram um sinal de marcha-atrás, numa fase em que os pontos nesta Liga começam a ficar muito “caros” a qualquer equipa.

Destaques Individuais

Marchesin foi peça chave para mais uma vitória suada nos dragões. Defender um penálti ao quinto minuto foi o balão de oxigénio de que a sua equipa precisava para segurar uma preciosa vitória.

João Camacho foi a principal ameaça à estrutura azul. Enquanto teve pilhas, a sua velocidade e foram uma enorme dor de cabeça para Zaidu. O melhor jogador dos madeirenses, a larga distância.

Taremi mais uma vez decisivo, com o seu golo, para a vitória portista. O iraniano não é um craque mas é mais uma prova de como o mercado nacional tem qualidade suficiente para fornecer opções de relevo a quem luta por títulos em Portugal. E a baixo custo.

2 Comentários

  1. Arrisco a dizer (não vi o Porto, mas vi o Sporting e o Benfica) que o Benfica até foi a equipa dos três grandes que mais tempo conseguiu controlar a partida, menos ocasiões flagrantes sofreu, e também menos produziu. Falta-lhe produzir o erro do adversário!

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