O outro João Mário e o outro Lucho

Quando se fala em João Mário e em Lucho a mente resvala para a posição de médio-centro e para batutas que dirigem orquestras, mas nesta estreia do FC Porto na novíssima Liga Bwin foi alguém a quem esses dois emprestaram o nome, e a alcunha, que lançou o FC Porto para os três pontos e, quem sabe, para um registo de confiança que permita que Sérgio Conceição agarre o objectivo de iniciar o campeonato de forma bem melhor do que na temporada passada. E, para já, os sinais são prometedores. Com João Mário e Luchito Díaz à cabeça, o FC Porto nunca deixou que o Belenenses fosse aquela equipa a quem muito lhe elogiam a organização defensiva. E nem assente num 532, a equipa de Petit conseguiu ser aquele bloco que faz os adversários coçarem a cabeça. E não o conseguiu porque o FC Porto foi uma equipa que circulou a bola com bastante velocidade e que encontrou recursos para fazê-lo em várias zonas. Isso, e também porque o Belenenses teve bastantes dificuldades para não cometer erros com bola no seu meio-campo defensivo. E da junção dessas duas coisas nasceram uns primeiros 20 minutos onde o FC Porto foi uma equipa que deixou água na boca aos seus adeptos – num Estádio do Dragão que pela primeira vez em muitíssimo tempo pôde receber alguns deles.



Porém nem tudo foram rosas. Falar deste FC Porto-Belenenses é falar também de uma transição que, aos 7′, deixou os de Petit bem perto de inaugurarem o marcador. Disso e, claro, da falta de eficácia dos dragões, que não aproveitaram totalmente o balanço ofensivo desses tais primeiros minutos. Daí, materialmente, mesmo o golo de Toni Martínez (que acabou a passada época a marcar à mesma equipa) poderia interessar a Sérgio Conceição. Das arrancadas de João Mário e dos slalons de Luis Díaz, e da cabeçada do mesmo Martínez que passou bem perto do poste, nada subiu ao placard. Para isso acontecer, os portistas tiveram de esperar pela segunda metade e por mais um apontamento de luxo do seu novo lateral direito. E foi de costa a costa que os dois melhores em campo se encontraram. João pela direita, Luis ao segundo poste para validar a ideia de que, sim, o futebol de lucho que se jogou no Dragão (em boa parte do tempo) nasceu da inspiração destes dois – os quais foram seguidos por um Pepe sempre seguro, por um Sérgio Oliveira brilhante no lance do primeiro golo e por um Otávio sempre presente em todos os momentos. Seguir-se-ão certamente novos desafios para se aferir a regularidade de Díaz e Mário e para se seguir a eficácia de uma dupla de avançados irrepreensível na abnegação (espantoso o trabalho sem bola) mas que pode fazer mais (e melhor) na altura de definir.

Novamente João Mário numa jogada onde Sérgio Oliveira é brilhante a fixar o defensor e a libertar espaço para Martínez fazer o primeiro. Tudo… sem tocar na bola. Momento excelente do 27 portista


FC Porto-Belenenses, 2-0 (Martínez 19′ e Luis Díaz 65′)

4 Comentários

  1. Por favor deixem de envolver o Belenenses nisto.
    Mantenham algum rigor e isenção que vos caracterizam e tratem esta equipa pelo nome oficial.

    • É uma guerra que não nos agrada. E com tanta confusão jurídica só se cria confusão em quem quer ser rigoroso. Da minha parte devo dizer que tenho seguido o processo e que enquanto não houve parecer jurídico tratei sempre por B-SAD. Ontem escrevi Belenenses por saber que estava aprovada a utilização desse nome. Qualquer opção que tive não me quer incluir nessa guerra e divisão. Talvez Belenenses SAD seja o mais acertado agora, não sei. Ainda assim, reitero, não foi com intenção de minimizar ou superiorizar ninguém.

      Abraço

  2. Boas.
    Apenas uma pequena correção: a assistência no primeiro golo é do Otávio e não do João Mário, como indicado na imagem.
    Continuação de um bom trabalho!

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