
Depois do boom gigantesco da Zona, o regresso das marcações individuais veio para ficar. As marcações individuais retiram os espaços entre linhas que as melhores equipas gostam de explorar, dificultando a ação de quem começa a construir desde trás e impedindo a possibilidade de quem joga de costas ficar de frente. É cada vez mais frequente ver equipas a pressionar homem-homem na construção adversária ou até no campo todo, o que cria desconforto sobre quem constrói e aí, vemos também, cada vez mais, equipas a utilizar o Guarda-Redes para gerar superioridades. Hoje, todas as equipas preparam o seu momento defensivo para encaixar (quase) homem-homem na saída adversária, e tal facto tem provocado um aumento significativo de duelos individuais e de situações em igualdade numérica mas fundamentalmente, mais dificuldades para quem ataca. No entanto, a presença do guarda-redes poderá ser decisiva por raramente ser pressionado.
No fim de semana passado, a Lazio e o Estoril (equipas que, habitualmente, gostam de construir desde trás com uma chegada junta à baliza adversária) defrontaram duas equipas (Spezia e Marítimo respetivamente) que defendiam homem-homem a campo inteiro ou acabavam por encaixar individualmente na saída adversária no caso do Marítimo contra a equipa de Bruno Pinheiro. Estrategicamente, ambas optaram por construir mais longo, procurando aproveitar situações de igualdade numérica no meio campo adversário e aproveitaram, ainda, o facto dos adversários não pressionarem o guarda-redes. E como os adversários vão para onde os avançados querem, os desequilíbrios surgem com maior naturalidade porque quem defende está com a equipa aberta e estendida no campo à espera de roubar a bola no meio campo ofensivo, sem estar preparada para que exista uma bola longa para o seu meio campo defensivo.
A saída longa pode muito bem ser uma solução para contrariar as marcações individuais, sobretudo se nossa saída for o mais aberta possível porque vai obrigar ao adversário a defender mais largo e mais distante no campo. Num jogo que está em constante evolução, novas soluções ofensivas surgirão para responder aos problemas que as organizações defensivas colocam.
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