Portugal de gestão no algarve

Um jogo à imagem de um jogo particular: propício a testes e estreias. Fernando Santos pareceu desenhar um 4x4x2 nas suas escolhas iniciais, a equipa foi derivando entre esse sistema e o 4X3X3 com o decorrer do encontro.

Era esperado um jogo em que, com relativa naturalidade, Portugal passasse a esmagadora maioria do encontro em
posse e, por isso, em ataque posicional. E foi nesse momento que Fernando Santos quis que fossem os laterais, também por serem fortes no momento ofensivo, quem garantia a largura da equipa.

Na tentativa de criar atrito no bloco baixo adversário, Matheus foi permutando, numa fase inicial da partida,
em diagonais curtas com Guedes, ora um mais por dentro e o outro por fora ou o oposto.
André Silva juntava-se a Ronaldo em posse ora fechava o corredor esquerdo em início de construção adversária.

Mas Portugal revelava, essencialmente, as habituais dificuldades em criação e decisão, que levaram à passagem, em definitivo, de Matheus Nunes para zona interior, a par com João Mário, e Guedes, de forma mais declarada, no papel de extremo, a par de Leão, que chegou à equipa após o intervalo. E o 4X3X3 fixou-se em definitivo, na tentativa de trazer maior estabilidade posicional à equipa e dar-lhe mais largura e capacidade de desequilibrar no 1×1 em zonas adiantadas e assim, ter mais uma arma para desmontar a teia defensiva catari.

Mas o passar dos minutos, as sucessivas substituições de ambos os lados e a circunstância de que Portugal terá um jogo “a sério” dentro de três dias, foram reduzindo os motivos de interesse de um jogo que foi, de forma algo sonolenta, arrastando-se até ao seu fim.

Destaque para Leão, que na sua estreia, falhou um golo “cantado” mas agarrou a oportunidade criando estragos no 1X1, assistindo e enviando uma bola à barra. A mostrar o que todos sabemos: é dotado de um potencial imenso.

HOMEM DO JOGO

Diogo Dalot num bom momento e demonstrou hoje, toda a sua potencia e velocidade para desequilibrar no corredor, seja na esquerda seja na direita. A estas características junta a reconhecida qualidade técnica e uma cada vez melhor “decisão”. Hoje, juntou uma assistência e um quase golo a uma boa exibição. Um jovem a aparecer no mais alto patamar nacional e a provar que a seleção pode dormir descansada com o seu futuro.

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