Diário do CAN 2021, Dia 4: Grupo E e F

Grupo E, Jornada nº 1

Entrou em campo aquela que, na minha opinião, a par do Egito é a maior candidata ao título, neste caso, candidata a renová-lo, visto que foram os campeões em 2019. As Raposas do Deserto entraram em campo com os bem conhecidos dos portugueses, Yacine Brahimi e Islam Slimani, recheada de valores individuais que encantam qualquer apaixonado por futebol, deixando na expectativa todos os adeptos para ver o perfume de Brahimi e Riyad Mahrez dentro de campo.

Apesar do gigante favoritismo da Argélia, as grandes oportunidades de golo, na primeira parte pertenceram à equipa da Serra Leoa. A primeira, por intermédio do seu ponta-de-lança (Alhaji Kamara) que correspondeu ao cruzamento do seu colega com um remate perigoso ao lado. Mais tarde, na sequência de um livre lateral, o capitão Umaru Bangura, cabeceou com muito perigo ao lado da baliza. Ao longo da primeira parte, a Argélia teve mais bola, mas as verdadeiras ocasiões de golo surgiram para o lado dos Leone Stars.

Logo no início da segunda parte, a Serra Leoa entrou com um golo por parte de Alhaji Kamara, mas que foi devidamente invalidado. A grande oportunidade da Argélia surgiu já depois do minuto 50, com Brahimi a surgir na cara de Mohamed Kamara e a permitir a sua defesa. A partir daqui, a Argélia começou criar mais oportunidades, deixando a Serra Leoa com dificuldades para conseguir sair de junto da sua baliza. Com o decorrer da segunda parte e com o maior ascendente da Argélia, os espaços foram surgindo e as oportunidades também, mas nem sempre foram definidas com o melhor critério. A ausência de algum discernimento no momento de finalização, fez com que a Argélia tivesse mais dificuldades do que aquelas que seriam supostas. 3 dos jogadores de quem mais se esperava (Féghouli, Brahimi e Slimani) saíram à passagem do minuto 64 sem que muito tenham feito dentro de campo. Mais tarde e com a retirada do médio de cobertura, Haris Belkebla, para entrar o criativo Said Benrahma, o Treinador Djamel Belmadi arriscou mais de forma a tentar a vitória nos instantes finais. Vitória essa que poderia ter ficado mais perto no minuto seguinte com um remate do recém entrado Benrahma a passar muito perto da baliza.

Vídeo retirado do YouTube oficial da CAF

O jogo que fechava a primeira jornada do CAN opôs a Guiné Equatorial à poderosa e favorita Costa do Marfim.

Os Elefantes começaram o jogo da melhor maneira possível com um grande golo de Gradel, na sequência de um belo remate à entrada da área, impossibilitando a defesa do guarda-redes adversário, Manuel Sapunga. A equipa da Guiné Equatorial, foi sempre ao longo da primeira parte tentando alcançar o golo, sem nunca baixar os braços, proporcionando assim alguns momentos de bom futebol.

A equipa em desvantagem entrou para a segunda parte com a ambição de conseguir o golo do empate e foi fazendo algumas investidas pelos corredores laterais, predominantemente. Foi acumulando algumas oportunidades de golo.

Os Elefantes, graças a uma equipa recheada de recursos individuais, que pode dar-se ao luxo de ter no seu banco jogadores como Wilfried Zaha e Nicolas Pépé (lançados na segunda parte), conseguiu fazer a diferença exatamente pela capacidade e recursos dos seus jogadores. Do ponto de vista coletivo, as indicações deixadas pela equipa da Guiné Equatorial são muito positivas e demonstraram que não vão entregar a passagem aos oitavos de final com facilidade aos favoritíssimos Costa de Marfim e Argélia. Mesmo antes do apito final, após um brilhante trabalho de Zaha sobre o defesa adversário, a vantagem poderia ter sido aumentada.

Luís Asué, jovem avançado do SC Braga entrou no decorrer da segunda parte para tentar ajudar os guineenses a chegar ao empate. Do lado marfinense, Ghislain Konan (Ex-Vitória SC) e Jean-Michaël Seri (Ex-Paços de Ferreira) foram titulares, enquanto que Willy Boly (Ex-FC Porto) não saiu do banco.

Vídeo retirado do YouTube oficial da CAF

FlashScore.pt

Grupo F, Jornada nº 1

O primeiro jogo do Grupo F trouxe-nos acontecimentos incríveis, em que colocou frente a frente Tunísia e Mali, onde os As Águias sorriram ao vencer por 1 a 0.

Num jogo típico de início de competição, com ambas as equipas a jogarem com bastante cautela, onde Falaye Sacko (defesa do Vitória SC) jogou de início na equipa do Mali, ficou marcado pelas duas grandes penalidades assinaladas (uma para cada equipa) e pelos acontecimentos insólitos nos instantes finais.

Num jogo onde o equilibrio foi a palavra de ordem, o guarda-redes do Mali, Ibrahim Mounkoro, teve uma grande preponderância no resultado final, ao defender a grande penalidade executada por Wahbi Khazri.

As peripécias estavam guardadas para a parte final, quando o jogo entrou no minuto 86, o árbitro zambiano, Janny Sikazwe, decidiu terminar o jogo. No minuto seguinte, o árbitro decidiu mostrar o cartão vermelho a El Bilal Touré (jovem avançado a manter debaixo de olho) e mesmo tendo sido alertado pelo VAR para consultar as imagens, decidiu manter a sua decisão. Quando se pensava que tudo poderia retornar à normalidade, o árbitro voltou a acabar o jogo de forma controversa, dando o apito final antes de chegar ao minuto 90, sem dar qualquer compensação, quando se esperavam pelo menos, uma mão cheia de minutos de compensação. Tudo resultou numa enorme contestação por parte dos tunisinos, tendo o árbitro que abandonar o terreno de jogo com escolta policial. 

Numa tentativa de minimizar as consequências que surgiram na parte final do jogo, a CAF sugeriu que as equipas retornassem ao campo para jogar mais 6 minutos de jogo, mas a Tunísia não compareceu. O jogo seria concluído pelo 4º árbitro, o angolano, Hélder Martins.

Na equipa do Mali, além de Falaye Sacko, também jogaram de início Kiki Kouyaté (ex-Sporting CP) e Adama Traoré (passou pelo Rio Ave).

Vídeo retirado do YouTube oficial da CAF

Jogo com golo cedo por parte da estreante Gâmbia, deixando em grande expectativa para o que restava do jogo.

Grande golo por parte de Ablie Jallow, num remate expontâneo à entrada da área ao minuto 10, colocando assim em vantagem a Gâmbia.

Tratou-se de um jogo muito equilibrado, com a Mauritânia a assumir mais o jogo após o golo dos Escorpiões, que mantiveram o bloco baixo com o objetivo de aumentar a vantagem numa saída rápida para o ataque. Com o passar do tempo, a Mauritânia foi investindo e chegando à área adversária, sem conseguir transformar em finalizações bem conseguidas as oportunidades criadas. Na segunda parte e com as alterações que iam sendo feitas pelo luso-francês, Didier Gomes da Rosa, esperava-se uma Mauritânia mais ousada e ambiciosa em buscar do golo do empate. Acabou por ser a equipa que teve mais bola, sendo que a eficácia da Gâmbia foi preponderante. Ao cair do pano, Musa Barrow com uma arrancada para zonas interiores, rematou à baliza, proporcionando uma bela defesa a Babacar Diop. A Mauritânia com a sua principal figura, o avançado Aboubakar Kamara, não conseguiu vencer na sua 2ª participação no CAN. Do lado da Gâmbia, os Alas Musa Barrow e Ebrima Colley são jogadores a manter debaixo de olho. Já Yusupha Njie (avançado do Boavista) não saiu do banco.

Vídeo retirado do YouTube oficial da CAF

FlashScore.pt

Sobre Zidane 33 artigos
André Azevedo. Treinador de Futebol (UEFA B). Licenciado em Educação Física. Mestre em Ciências do Desporto (Especialização em Alto Rendimento). Experiência como Treinador-Adjunto e Principal de escalões de Formação, assim como Analista, Preparador Físico e Treinador-Adjunto no Futebol Sénior em contextos como CD Tondela, FC Paços de Ferreira e Seleção Nacional de Moçambique, respectivamente.

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