Depois de ter sido definido o primeiro jogo dos quartos de final, discutia-se em Bafoussam no Estádio Kouekong, a primeira vaga para o segundo jogo da próxima fase. A grande estrela e capitão da Guiné Conacri, Naby Keita não foi a jogo e um dos estreantes no CAN, queriam tentar a surpresa com a sua maior referência, Musa Barrow a jogar como ponta de lança.
As equipas entraram muito cautelosas em campo, fazendo lembrar a primeira jornada da fase de grupos, onde se percebeu claramente que não queriam correr demasiados riscos, com um jogo na expectativa de como os seus adversários iriam abordar estrategicamente as partidas. O primeiro aviso saiu dos pés de Musa Barrow, com um remate muito forte e inesperado que saiu à figura de Aly Keita, mas que ainda assim teve alguma dificuldade para o parar. A equipa da Guiné Conacri podia ter inaugurado o marcador através do seu avançado Mohamed Bayo, mas o guarda-redes gambiano conseguiu agarrar a bola perdida após o primeiro remate ter sido bloqueado pelo defesa central, James Gomez. A oportunidade surge após uma tentativa de sair a jogar curto a partir de trás por parte dos comandados de Tom Saintfiet. A Guiné ao perceber o que iria acontecer, intensificou a sua pressão e teve perto de colher frutos da mesma. Ao fechar a primeira parte, o gambiano Ebrima Darboe ainda ameaçou desfazer o nulo, com um remate forte ao lado do poste da baliza de Aly Keita.
Na segunda parte não houve grandes mudanças na forma como ambos os treinadores abordaram o jogo. O primeiro aviso foi da Guiné Conacri que após uma boa combinação entre José Kanté e Ilaix Moriba, o médio do RB Leipzig viu o seu remate ser travado pelo defesa central, Omar Colley. No entanto, à passagem do minuto 71, Musa Barrow surgiu na cara de Aly Keita e fez o primeiro golo do encontro. Yusupha Bobb assistiu o seu colega, que com uma recepção orientada ultrapassou o seu adversário e inaugurou o marcador. Com Morlaye Sylla já em campo (ex-Arouca FC), a Guiné Conacri chegou mesmo ao golo, após um cruzamento tenso de José Kanté, Ibrahima Conté empurrou a bola para dentro da baliza, mas o árbitro invalidou o golo por fora de jogo. Yusupha Njie (Boavista FC) estreou-se no CAN, mas só jogou 15 minutos, pois foi expulso por acumulação de cartões amarelos. A Guiné Conacri continuou a insistir e num lance no 2º minuto após os 90’ enviou por duas vezes na sequência do mesmo lance a bola ao ferro. Antes do apito final, ainda houve tempo para uma nova expulsão por acumulação de cartões amarelos, mas desta vez foi na equipa de Kaba Diawara, o seu defesa Ibrahima Conté. Do lado da Gâmbia, Saidy Janko (ex-FC Porto) não saiu do banco.
Vídeo retirado do YouTube oficial da CAF
Os estreantes das Ilhas Comores entravam em campo diante dos favoritos Camarões sem nenhum guarda-redes disponível, sendo o defesa Chaker Alhadhur a começar a partida na baliza. Depois de saber que o próximo adversário seria a Gâmbia, Camarões e Comores discutiam assim por uma vaga na próxima fase no Estádio Olembe, em Yaoundé.
Depois da estreante Gâmbia fazer história ao superar a Guiné Conacri e a passar aos quartos de final, chegaria a vez de Comores tentar o impensável, face a todas as dificuldades que surgiram. O país com uma base de recrutamento pequena (o país tem menos de um milhão de habitantes) merece todo o respeito depois de se apurar num grupo que deixou o Gana para trás, apurando-se com Marrocos e Gabão. O primeiro sinal de perigo surgiu após um livre direto de Ben Youssouf, rematando forte à baliza de André Onana que defendeu para a frente e poderia ter complicado a situação para a equipa da casa. Mas aos 5 minutos de jogo o cenário que já era complicado, viria a complicar-se ainda mais para as Ilhas Comores quando o seu capitão, Nadjim Abdou foi expulso após um pisão em Ngamaleu. Depois de consultar as imagens do VAR, Bamlak Tessema (Etiópia) não teve dúvidas e exibiu o cartão vermelho ao defesa central. Com naturalidade os Leões Indomáveis acabaram por chegar ao golo e confirmar a sua superioridade. À meia-hora de jogo, a figura do CAN até agora, Vincent Aboubakar (ex-FC Porto) assistiu Karl Toko-Ekambi que encostou com toda a calma necessária para abrir o marcador. A vantagem dos Camarões não retraiu os corajosos do Comores, pois Ahmed Mogni tentou de seguida ultrapassar André Onana com um remate forte e rasteiro, que depois de desviar a bola com a sua mão esquerda, teve de usar o pé para defender a insistência de Youssouf M’Changama.
Após o regresso aos relvados, Aboubakar com um cabeceamento forte permitiu que o guarda-redes improvisado fizesse uma boa defesa. Chaker Alhadhur apenas atrasou aquilo que seria inevitável, pois ao minuto 70 chegou o momento em que Vincent Aboubakar deixou a sua marca na lista de marcadores do encontro. Após um passe em profundidade de Martin Hongla, o avançado camaronês finalizou com classe diante de um guarda-redes que muito pouco podia fazer. O bravos de Comores não atiravam a toalha ao chão e iam-se chegando sempre com algum perigo à baliza dos Leões Indomáveis. El Fardou Ben descobriu na profundidade o recém-entrado Abdallah Mohamed que rematou à baliza de André Onana que desviou a bola para canto. Onana que voltaria a estar em grande destaque alguns momentos depois, quando após uma bola perdida na área, El Fardou Ben rematou com força à baliza. O momento mais bonito do jogo estava guardado para o minuto 81 e pertenceu a uma das equipas que mais encantou os adeptos durante esta competição. Youssouf M’Changama bateu de forma brilhante um livre de longa distância e fez um golo fantástico e que ficará registado como um dos melhores do CAN 2021. As Ilhas Comores fecharam a sua participação neste torneio da melhor maneira possível. Do lado dos Camarões, Júnior Onana (ex-Leixões SC) estou nos últimos instantes do encontro e Yvan Neyou (ex-SC Braga) ficou de fora da lista de convocados.
Vídeo retirado do YouTube oficial da CAF
Some really nice stuff on this website , I love it.