Toda a Superioridade Leonina – Momento Defensivo

Ainda sobre o derby da final da Taça da Liga e no seguimento da análise ao momento ofensivo do Sporting (ler aqui), é agora altura de falar sobre aquilo que a equipa de Ruben Amorim fez sem bola para se conseguir superiorizar de forma clara no jogo. Para além dos comportamentos já conhecidos, a nuance estratégica para pressionar os centrais do Benfica que eram ambos esquerdinos.

Também no momento defensivo, a superioridade leonina explicada em alguns pontos:

  • Pressão. Momento de grande qualidade da equipa de Amorim, sempre muito rápidos e agressivos sobre o portador da bola, fecho das linhas de passe próximas (individualização da pressão) e bastante efetividade nos duelos. Paulinho saltou mais vezes em Morato (habitualmente até costuma ficar mais vezes a controlar médios, sendo o extremo alto a pressionar central) fechando-lhe o pé esquerdo. Extremo direito sempre mais alto que o esquerdo, na tentativa de pressionar Vertoghen, com Esgaio sempre pronto para encurtar em Grimaldo no momento em que o extremo do seu lado saltava no central. Médios vigilantes nos médios do Benfica e pressionantes para não deixar enquadrar e/ou jogar à vontade. Atrasos ao GR era para seguir e linhas de passe próximas eram fechadas. A solução encontrada pelos encarnados foi várias vezes jogar longo, onde os defesas leoninos se revelaram concentrados em aproximar dos jogadores que poderiam disputar essa bola, fortes no duelo e com coberturas dos restantes para ficar com bola.
  • Organização. Nem sempre dá para pressionar e nem sempre a pressão resulta. Muito rápidos a recuperar e montar o 541 quando a pressão era batida. Jogadores da linha média e defensiva preparados para saltar em jogadores com bola e/ou que vão receber, de forma a não os deixar enquadrar. Boa defesa de corredor lateral, na formação do triângulo defensivo e proteção das costas do lateral pressionante. Restante linha defensiva e médio contrário garantiam um excelente proteção de baliza e corredor central. O Benfica raramente conseguiu chegar a zonas de criação vantajosas quando o Sporting defendia baixo. Apesar de confortáveis nesse momento, turma leonina sempre atenta a timings para ativar pressão e voltar a subir a sua organização.
  • Transição Defensiva. Sporting demonstrou-se muito competente na reação e no aproximar de referências de saída do adversário. É certo que os posicionamentos ajudam, no entanto a reação à perda da equipa foi bastante interessante. A mudança de comportamento foi visível com todos os jogadores na zona da bola a “correr para a frente” e a pressionar portador e fechar linhas de passe próximas. Já os jogadores do equilíbrio, novamente muito concentrados a aproximar das possíveis referências de saída do Benfica e fortes nos duelos, conseguiram impedir várias transições e recuperar inúmeras bolas. Caso o adversário conseguisse sair, fazer falta e reorganizar a equipa.

Em jeito de conclusão, a final da Taça da Liga trouxe um derby desequilibrado e marcado por uma superioridade gigante do Sporting na construção e ligação que lhe permitiu chegar várias vezes a situações vantajosas de criação, e uma equipa organizada e pressionante defensivamente que nunca deixou jogar o adversário.

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