“We arrived, we score”

No pós-jogo, Guardiola realçou a qualidade do Sporting e afirmou que não há tática que consiga contrariar o facto de uma equipa chegar e marcar sucessivamente. No entanto, aquilo que o treinador espanhol não sublinhou foi a forma como preparou a sua equipa para apresentar um jogo posicional que permitisse superiorizar-se relativamente aos posicionamentos defensivos do adversário.

  • Superioridade numérica e posicional na construção. Nunca os três avançados do Sporting conseguiram condicionar ou pressionar a construção do City. O juntar de Ederson à linha de construção da equipa de Guardiola que já variava entre o 4+1 e o 4+2, retiraram a possibilidade do adversário igualar a construção mas também de dividir corretamente os jogadores e importunar o portador.
  • Os laterais. Os laterais do City assumem um papel importante na organização ofensiva da equipa de Guardiola. Ambos têm posicionamentos e comportamentos híbridos e diferentes um do outro. Stones mais vezes em construção, mais dentro e, por vezes, até a montar uma linha de três junto dos centrais. Liberdade, ainda assim, para envolver com e sem bola em criação no seu corredor. Já Cancelo, apesar do posicionamento mais baixo quando em construção baixa para permitir sair da pressão, era o responsável por dar largura e profundidade à esquerda, assumindo mais vezes posicionamentos em criação.
  • Superioridade numérica e posicional em corredor central. A colocação de vários jogadores por dentro, em posicionamentos em largura e profundidade distintos, criou bastantes dificuldades à equipa leonina, especialmente aos seus dois médios. O Sporting nunca foi capaz de controlar todos os citizens que se colocavam dentro da sua estrutura e ofereceram qualidade à posse e capacidade para agredir o adversário, com e sem bola.
  • Movimentos de ataque à profundidade. Toda a equipa que quer ter o controlo da posse e domínio territorial tem de ter um bom equilíbrio de jogadores em apoio e em profundidade. Apesar de jogar sem um 9, a equipa de Pep tem sempre profundidade. Apesar de serem todos fantásticos com bola no pé, constantes movimentos de ataque ao espaço colocam muita pressão sobre a linha defensiva adversária.
  • Cruzamento atrasado. O Bayern de Pep era uma equipa temível quando entrava em zonas de cruzamento pela capacidade de Lewandowski, Muller e dos seus médios com chegada à área. O City não tem esses finalizadores, mas tem jogadores dotados de uma qualidade de remate incrível, tendo substituindo o cruzamento para a cabeça pela presença e utilização do cruzamento atrasado.

Ver, rever e analisar, aprender e apreender aquilo que os melhores fazem. E quem melhor para aprender sobre como atacar que com Pep?


1 Comentário

  1. Obrigado. Já agora, fico à espera de uma peça sobre o Inter-Liverpool de quarta-feira; há não sei quantos anos que não via um jogo de futebol tão bom. Uma luta em todas as áreas do campo,com a bola a circular muito rapidamente, e situações de perigo eminente a serem criadas, ou destruídas, em alta velocidade.

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