O novo 352 do Sporting na Madeira

Com a chegada de Slimani ao plantel e as ausências de Pote e Sarabia, Ruben Amorim apostou num 352 juntando o avançado argelino a Paulinho na frente e colocando Daniel Bragança ao lado de Ugarte e Matheus Nunes.

Apesar do empate no jogo em que altera o sistema, o Sporting poderia facilmente ter ganho pelas oportunidades que teve e desperdiçou. Não foi um jogo onde a criação leonina em organização estivesse a um nível que se espera de um candidato ao título, mas em transição e principalmente nas bolas paradas ofensivas teve finalizações mais que suficientes para levar os três pontos para Lisboa.

Algumas notas sobre o novo 352 do Sporting e possíveis melhorias deste sistema no futuro:

  • 3+3 na construção. Já é habitual o Sporting montar Matheus Nunes à esquerda e, por vezes, Sarabia à direita para dar saída na construção e eliminar os jogadores que pressionam os centrais de fora. Com 2 interiores a variar o seu posicionamento entre construção e criação e preparados para dar linha de passe nesses espaços, a equipa ganha segurança na posse e facilidade em eliminar a pressão adversária. Na Madeira encontrou sucessivamente esses espaços, faltou depois dar melhor seguimento em criação.
  • Criação em corredor lateral. No corredor lateral esquerdo, os envolvimentos de Matheus Reis criam um 3º jogador em criação para se juntar a Nuno Santos e Matheus Nunes, oferecendo maior dinamismo relativamente ao lado contrário. No corredor lateral direito, Bragança é um jogador fantástico com a bola no pé, mas com menos agressividade nos movimentos de agressão à linha defensiva adversária. Aliado a isso, a não inclusão de um terceiro jogador neste corredor deixou a equipa demasiado dependente da qualidade de Porro. Na 2ª parte, Ruben Amorim tentou corrigir com a maior participação dos avançados em criação e nas dinâmicas em corredor lateral.
  • Criação em corredor central. Com 2 avançados e 2 interiores, o Sporting pode ganhar mais jogadores por dentro em linhas de largura e profundidade diferente, algo que beneficiará as ligações e criações em corredor central. Também o montar um interior fora para dar saída poderá ser importante para fazer bascular a equipa contrária e descobrir o interior contrário em corredor central para criar no half contrário por onde a equipa saiu.
  • Presença de 2 avançados. Juntar a inteligência e mobilidade de Paulinho e a força no ar e na área de Slimani (que outrora tinha muitos mais recursos na profundidade) poderá trazer sucesso a este Sporting. A equipa ganha presença na área contrária e esta será certamente uma solução que antecederá o plano alternativo de fazer subir Coates. Na Madeira, a equipa forçou bastantes cruzamentos para a área, ainda que muitas vezes fosse possível trabalhar melhor a jogada para encontrar contextos mais favoráveis para servir os dois avançados.

Certamente o Sporting não optará por este sistema de início no futuro, no entanto esta é uma solução alternativa que deixa bons indicadores e margem para crescer. Poderá ser utilizada quando em situações de desvantagem e até é possível incluir Pote e Sarabia (os habituais titulares) como interiores, algo que poderá até acrescentar mais força a nível ofensivo ao sistema.

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