No golo de Neymar, uma lição de Alcácer.
Talvez uma grande maioria de avançados na sua situação, procurassem a desmarcação de ruptura para receber nas costas da defesa e tentar finalizar de pé esquerdo. Porém, mesmo havendo condições para finalizar, teria de o fazer com o pé não dominante e recorrendo a um gesto de motor de dificuldade elevada porque se deslocaria para onde a bola iria entrar e teria de rematar precisamente para o lado oposto.
Então, o avançado espanhol afastou-se a si próprio da notoriedade que um possível golo lhe traria, e concentrou-se no proporcionar o golo à sua equipa. Porque mostrar-se para tabelar e aproveitar o espaço nas costas do defensor que saía a Neymar traria sempre mais probabilidades de levar o Barcelona ao golo, do que iniciar ele próprio o movimento para finalizar.
Em dez lances decididos da mesma forma, Alcácer proporcionaria sempre mais golos ao Barcelona do que se optasse sempre pela desmarcação de ruptura e posterior finalização. Ainda que em dez lances, também fizesse um ou outro golo. Na retina ficará sempre o marcador do golo. Contudo, é de um conjunto de jogadores com elevada capacidade para tomar decisões que os golos surgem.
O jogo é demasiado complexo para se reduzir a importância e qualidade de um jogador a números, e percebê-lo é sempre o primeiro passo para o poder analisar.
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