
No primeiro golo do F.C.Porto, algo raro no futebol dos Dragões esta época. Isto sim é futebol adequado à qualidade dos executantes. O lance começa com uma triangulação entre Herrera, Casemiro e Quintero. Herrera inicia o movimento de aproximação à linha defensiva. Quintero, que fica com a bola, procura por soluções de passe próximas/válidas para tabelar, e iniciar o ataque ao bloco adversário sem bola. Encontra Tello, que poderia ter tentado o lance individual pelo corredor lateral sendo que se encontrava num 1×1. No entanto, toma a mais difícil decisão e execução do lance, e enquadra Quintero com um toque de frente para a última linha adversária. Depois disto, 90% do golo está feito. Quintero dentro do bloco, continua na busca por soluções de passe, fugindo (desta vez) a notoriedade, enquanto Jackson inicia um movimento de ruptura, arrasta o defesa, e abre espaço para Herrera receber e finalizar num 1×0. Quintero facilmente o descobre, e coloca-o na cara do golo.
Fantástico!
“A bola está dentro, vem para fora pra voltar para dentro” e golo.
Quando Quintero perceber que o seu futebol deve assentar nisto, em acções colectivas, tornar-se-à um jogador marcante no futebol mundial. É esse o nível a que ele se candidata, dada a sua qualidade técnica e física.
Note que as coberturas do Bilbao estão orientadas por forma a fechar os corredores laterais. Pelo que a penetração central se torna quase que obrigatória. É sobretudo pelo movimento de Jackson que se percebe que a intenção de Lopetegui não é penetrar de forma apoiada pelo corredor central, mas sim explorar desde logo os corredores laterais e cruzar, ou colocar em Jackson na profundidade. Na altura em que Herrera começa a penetração central, na procura da profundidade (se fosse intenção de Lopetegui procurar envolvimentos frontais) Jackson deveria fazer o movimento oposto, saindo em apoio, surgindo como apoio frontal, para tabelar ou enquadrar. No dia em que Lopetegui deixar de tratar Jackson como se fosse Slimani o futebol do Porto dará um salto qualitativo brutal. O dia em que ele se preocupar em replicar mais este tipo de envolvimentos, privilegiando a criatividade por espaços interiores o Porto será absolutamente demolidor.
No golo sofrido, erro individual de Herrera (grande culpado) no início da construção. E de Maicon. Sabendo que se tratava de um lance difícil de travar, e que provavelmente daria golo na mesma, não soube piorar as condições para o jogador do Bilbao finalizar, melhorando também as condições para o seu Gr ter um papel fundamental no lance. Deu o espaço interior, quando deveria ter tentado empurrar o adversário o mais para fora possível.
Na Alemanha, o primeiro golo sofrido pelo Sporting incompetência da zona defensiva que não ganha a bola parada, e depois erro de Patrício, que teve a infelicidade de hoje ficar ligado ao resultado negativo do Sporting. No segundo golo sofrido, a já habitual incompetência da linha defensiva leonina. Desta vez até se encontrava junta, mas demasiado longe dos restantes sectores, para conseguir evitar danos maiores. É uma linha que não tem a mínima ideia de quando deve encurtar para reduzir espaços, ou baixar para proteger espaços fundamentais. No terceiro golo nova abordagem falhada da zona defensiva, em novo livre lateral. Demasiados erros para quem quer pontuar na Europa.
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