
Desde que o blog foi fundado que tem havido a preocupação de desmistificar um pouco aqueles conceitos mais antigos comuns em décadas passadas. Os centrais e o trinco desarmam, os extremos driblam e cruzam, o dez faz o último passe, e o ponta de lança os golos.
Uma equipa que respeite e cumpra os princípios de jogo, da forma como os idealizo, nunca se poderá guiar por tais premissas. Todos os jogadores estão encarregues de tudo. Toda a gente defende, toda a gente ataca. A equipa move-se como um todo. Se um dos traços mais admiráveis em termos ofensivos no futebol moderno é o do princípio da mobilidade, como esperar que cada jogador tenha funções diferentes quando estamos em posse da bola?
Longas e velhinhas foram e são as discussões sobre a falta de qualidade dos pontas de lança que não fazem números absurdos de golos, ou a da muita qualidade dos que os fazem, só porque os fazem.
O importante é e será sempre o criar um número elevado de oportunidades de golo. Independentemente do nome que aparece a finalizar.
Pensava nisto quando, ainda a propósito do texto do Roberto Baggio aqui, encontrei estas declarações:
“Tinha imaginado marcar três golos na partida que iria valer o título de campeão?”
“Não. Eu até jogo a ponta de lança, mas é uma falsa ponta de lança, porque a atacar desço muito para vir buscar a bola e as nossas extremos marcam a maior parte dos golos. O importante foi ter ajudado a equipa”
Então, afinal para que servem os pontas de lança?
Para fazerem exactamente o mesmo que todos os outros jogadores em campo. Com posse, tomarem decisões com ou sem bola que aproximem a sua equipa do golo, independentemente do nome de quem aparece a finalizar, o importante é que se construa, crie e finalize! E tantas são as vezes em que a melhor decisão até faz o jogador perder notoriedade aos olhos do grande público.
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