
Não é possível fazer com que Messi desapareça do jogo durante os noventa minutos. Também não é possível controlar por inteiro tanto talento e tanta qualidade na tomada de decisão numa só equipa. Mais difícil ainda será conseguir ferir em organização ou transição ofensiva sem a qualidade técnica e a criatividade que se pede, a quem deve decidir em pouco tempo e com pouco espaço. Porém, Guardiola hoje continua a perder para Messi por trabalhar a última linha para jogar com o fora de jogo. E contra certas equipas, contra certos jogadores, tal é fatal. Hoje percebe-se que é fundamental para qualquer equipa que queira ser sempre ofensiva – que queira jogar com as linhas juntas e subidas, que queira defender com poucos e em transição, que queira defender em igualdade numérica – o controlo dos espaços em largura e em profundidade. A última linha deste Bayern não é trabalhada para retirar o espaço que concede, em alguns momentos, na tentativa de asfixiar o adversário. Não usa a bola como referência e por isso sofre. Sobretudo contra jogadores com cérebro para aguardar pelo timing exacto para meter o passe, e colegas fortíssimos a aproveitar o espaço nas costas. Assim, a última linha fica sempre exposta ao que o adversário apresentar. Controlando a profundidade continua a existir o fora de jogo, e o mesmo continua a ser uma vantagem. A diferença é que surge como consequência do comportamento colectivo de subir ou baixar consoante a bola (coberta ou descoberta) e não como um objectivo.
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