Jogar a 10? Nao é para mim – Lewandowski

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Robert Lewandowski, agora jogador do Bayern Munique, revelou que quando estava no Borussia Dortmund se sentiu frustrado com Jurgen Klopp por este não o ter colocado a jogar a avançado.

«O Borussia expressou interesse em mim depois do meu primeiro ano no Poznan. Quando saí, depois da segunda temporada, queria dar o próximo passo…mas, infelizmente, estava a jogar no papel de 10. Estava muito chateado porque queria jogar na frente», começou por contar o jogador em exclusivo à edição de Dezembro de 2015 Four Four Two.

A revista revelou, esta quarta-feira, um excerto da entrevista e o jogador admitiu que depois percebeu o motivo que levou Jurgen Klopp a colocá-lo nessa posição.

«Só no ano seguinte é que percebi o quanto aprendi nessa posição. Disse a mim mesmo: “Tornaste-te um jogador melhor”. E depois compreendi o motivo pelo qual o treinador me pedir para jogar a 10, fez-me um jogador mais completo», terminou. 

O avançado leva, esta temporada, 17 golos em 16 jogos com a camisola dos bávaros e é um dos futebolistas mais falados do momento na sua posição. 



Acontece com jogadores de todas as idades. Tantas e tantas vezes que existem azias inacreditaveis, com jogadores a refilar, pais de jogadores a refilar, porque o jovem ou a criança não está a jogar na posição que mais gosta. 

Quando o que se trata nisto, mesmo em adultos como o Lewandowski, é tentar fazer com que o jogador viva experiencias que o vão tornar melhor. Mesmo que em alguns casos o rendimento da equipa sofra com isso. 

O jogador, dentro das posições em que pode jogar, tem experiencias diferentes, com solicitações diferentes.

Uma criança que apareça para jogar, que perceba zero do jogo, o mais certo é começar por jogar a avançado. E não porque se acha que dentro de 10 anos vá ser avançado, ou que seja a sua melhor posição naquele momento… mas porque para a aprendizagem do jogo, tem coisas simples no inicio para fazer : Dar linha de passe a frente da bola, e pressionar que nem um doido quando os defesas tiverem a bola.

De seguida, o mais normal é a criança passar a jogar a central, não porque va ser central dentro de algum tempo, mas porque vai conseguir ver o jogo de frente, e normalmente tem mais espaço para jogar. Espaço = tempo que precisa para controlar a bola e decidir.

O caminho seguinte sera jogar num dos corredores, para ter mais pressão do que a defesa, mas ainda assim que o estimulo só venha de um dos lados. Por fim, jogar no meio, onde acontece tudo e o estimulo vem de 360 graus.

Nada disto tem a ver com o rendimento da equipa, mas sim com o ensino do jogo ao jogador, a criança, ao jovem.. ao adulto também.

Dar ao jogador aquilo que ele precisa para crescer (ao invés de dar a todos o mesmo) não é fácil, porque muitas vezes se vai contra aquilo que o jogador espera e deseja. 
Passado algum tempo, já noutra equipa e sem necessidade nenhuma de “puxar o saco” ao antigo treinador, ter a coragem de dizer o que Lewandowski disse em publico.. vale mais do que as vitórias que se poderia ter tido por ele jogar de inicio a avançado como queria.

Sobre Paolo Maldini 3828 artigos
Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

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