
“Aboubakar mostrou características importantes, a humildade e a inteligência para aprender” Lopetegui.
Tanto se disserta sobre potencial dos atletas e a forma como uns chegam mais longe mesmo apresentando menos potencial, e tantas vezes se ignora um catalizador determinante para a evolução. A personalidade do jogador. A sua predisposição para a aprendizagem. A capacidade para ouvir e reproduzir o que é proposto.
Não há potenciar ao máximo se o processo de treino não é cuidado. Se não promove as repetições em número suficiente dos vários estímulos. Se não envolve intensamente na tarefa o jogador. E tudo isto é obrigação do treinador quando planeia o treino. Não haverá evolução individual quando o estímulo (em tempo e variabilidade) é reduzido.
Há, porém, tantos os casos de quem tendo tudo para lá chegar, se fecha no seu umbigo, insdisponível para aprender, ou para se ligar ao colectivo. Experiências anteriores bem sucedidas (que porventura poderiam ter sido ainda mais bem sucedidas se o conhecimento do jogo e das suas próprias capacidades fosse maior) são sempre um factor determinante em quem se fecha no seu jogo, ignorando processos conjuntos ou ensinamentos (movimentos sobretudo, mas não só) novos.
Quem se fecha, geralmente até tem carreiras agradáveis. Porque o faz, sobretudo porque sabe que tem qualidade. A questão é, até onde poderiam chegar tantos bons jogadores, se a predisposição para evoluír fosse como a de Aboubakar segundo os relatos de Lopetegui?
Numa era em que desde bem cedo todos os meninos, mimados pelos pais, têm demasiada pressa, ignorando que nem todos têm as mesmas capacidades para lá chegar, e que o futebol é um jogo altamente selectivo, saber esperar, aproveitando a espera para trabalhar, ouvir e evoluír é uma virtude tremenda.
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