
É assim há mais de um ano no FC Porto.
São as individualidades de classe extra, para aquela que é a realidade portuguesa, que vão segurando o lugar a Lopetegui.
São os jogadores que jogam, e com um pouco de organização, desde que as individualidades sejam de facto de grande nível, todos os treinadores se habilitam a vencer.
Todavia, há sempre que perceber o que é dos jogadores e o que é do treinador. No FC Porto é impossível notar uma matriz do treinador. Tudo vai parecendo mais aleatório do que propriamente treinado. Há uma filosofia, bem perceptível. Porém, tal é insuficiente. A filosofia não pode fazer notar-se apenas nas decisões dos jogadores. Há que fazer-se sentir nos posicionamentos. Nas ideias para cada momento de jogo. Para cada fase ofensiva ou defensiva.
No FC Porto tudo vai surgindo como que aos repelões. Chega a ser complicado identificar os comportamentos comuns. Em comum apenas a ausência de ligação entre jogadores. A ausência de uma identidade.
Não chega gritar aos sete ventos e pedir uma filosofia de posse. Há que dar as armas para a tornar viável. Não importa dizer “Vamos ter a bola”, quando não se explica “como a vamos ter”. Porque o “Vamos” sem o “como” torna tudo insípido.
O melhor treinador afirma a sua filosofia mas dando-lhe o caminho. Definindo os posicionamentos que por garantirem mais opções, aumentam as possibilidades para cumprir a sua filosofia. De Lopetegui apenas parece notar-se o que é verbal. “Quero ter bola”. Depois os atletas até encarnam o pedido nas suas decisões com bola. Todavia, não há trabalho sem esta para garantir o que se pretende.
Deixe uma resposta