
É muito isto o jogo do próximo sábado que determinará quem atacará a restante liga na liderança.
De um lado um treinador obcecado pelo controlo ao limite. Pelo reduzir ao máximo possível a aleatoriedade e o lado caótico do jogo. Praticamente todos os comportamentos sem bola quer ofensivos quer defensivos saem da sua cabeça e são treinados durante a semana. A liberdade concedida é apenas ao portador da bola e mesmo este já sabe onde estarão a cada instante e espaço os colegas e de que forma se movimentarão. Todos os posicionamentos treinados ao milimetro. Tudo sai de si. Os extremos que vêm dentro, a largura dos laterais, a saída em construção a três, as linhas de passe dentro, as rupturas e os apoios.
Do outro lado maior liberdade para que os jogadores possam por si descobrir caminhos. Sem bola há uma organização base que é obrigatória cumprir (442). Com muito menos pormenor que a do seu antecessor. Com muito menos trabalho em cima de uma ideia que venha do gabinete. Com bola jogadores com muito mais liberdade quer nos posicionamentos quer nas decisões. O que é bastante interessante quando se tem jogadores com criatividade e inteligência para colocarem as suas ideias no campo. A junção Pizzi – Gaitán – Jonas – Mitroglou dá uma dinâmica ofensiva interessante pelas decisões que estes emprestam ao modelo encarnado. Já quando joga Guedes o jogo do Benfica torna-se mais vertical, ou quando joga Carcela mais individual, menos ligado à equipa e consequentemente mais lateralizado e de maior perdas. Ou seja, um modelo que concede liberdade excessiva que acaba por resultar muito bem quando há qualidade na interpretação do jogo pelos atletas e menos bem quando fica confinado a jogadores com pouca qualidade.
Em suma, provavelmente ofensivamente um treinador que ajuda os menos aptos a chegar lá pelas restrições e pela forma como guia os seus comportamentos mas que talvez restrinja negativamente a criatividade dos mais aptos, contra um treinador que porque não retira o caótico do jogo e que consequentemente sujeita a situações de menor sucesso quem tem mais dificuldades, mas que aprende e utiliza as ideias dos melhores e mais criativos.
Defensivamente garantidamente que maior controlo, maior percepção de todos sobre a situação de jogo e como reagir a ela será mais benéfico. Ofensivamente tudo a depender da qualidade individual. Se Jorge Jesus tem batido todas as pontuações das últimas décadas do Sporting, também é justo referir que Rui Vitória tem mantido o SL Benfica próximo das pontuações dos tempos recentes. O que é um feito!
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