Criatividade e o futebol de rua

Estava ontem, a conversa com alguém que já despertou vários post s aqui no LE, sobre o incrível post do Football Hunting,  que mostra que a quantidade de toques que se da, tem de fazer sentido com o que o jogo esta a mostrar naquele momento. Falávamos que neste post, pelo menos da maneira como o vimos, se mostrava claramente que por vezes o jogo pede que se dê vários toques na bola, para atrair a pressão e depois a soltar para alguém livre, que só esta livre porque os adversários foram atraídos pelo “excesso de toques” na bola. A coisa depois variou para a criatividade, e o futebol de rua. Esse amigo tinha estado a conversa com um treinador de sub19, que se queixava que os miúdos hoje em dia não tinham criatividade, relacionando essa falta de criatividade com a ausência de futebol de rua. E tudo bem, já ouvimos esta cassete do futebol de rua várias vezes. O ponto que chamou a atenção foi “pedimos aos jogadores para ganharem todos os 1v1”. Assumo que sejam os 1v1 ofensivos e defensivos. O problema aqui, é que (pelo menos no nosso entender) vencer todos os 1v1 do jogo não tem nada a ver com criatividade. Criatividade (para nós), é o identificar de várias soluções e escolher a melhor. A melhor não tem de ser sempre a mesma, e não tem de ser espetacular visualmente. Pode ser fintar 2 ou 3 jogadores, mas muitas vezes a melhor é a que encontramos no video abaixo.
O futebol de rua potencia (ou potenciava) muitas coisas. As mais óbvias eram as superioridades/inferioridades numéricas, a irregularidade do terreno, e a macaquice. Leia-se macaquice como utilizar a parede ou o carro para fazer uma tabela, por exemplo.
Quando o que se faz no treino e o que se pede em campo, tem a ver com limitação de toques, ou com padronização de saídas de bola e de movimentos atacantes, fica muito normal que a criatividade dos jogadores pareça insuficiente. Mas parece insuficiente porque é limitada pelo modelo (de treino e de jogo), não porque os jogadores são por si… pouco criativos. Se o Busquets treinar e tiver ordens para jogar a um máximo de 2 toques, e para receber de um lado e procurar imediatamente o outro, seja no lateral curto, ou no extremo longo vai parecer alguém muito pouco criativo. O Messi não é criativo porque consegue fazer isto.
Ou vá, tem muito de criatividade, na forma como ultrapassa os adversários todos. Mas coisas destas, vemos muitos jogadores a fazer. Agora… o video que se segue?
Isto é ter varias soluções, ter uma ideia de qual seria melhor e pior… e escolher aquela que mais ninguém seria capaz de ver. E isto meus amigos, é impossível de padronizar, ou de se fazer com limites de toques.

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