FC Porto. Ligações de Óliver, qualidade de Brahimi.

Já muitas vezes tem sido por cá referenciada a incrível qualidade de Óliver a ligar todo o jogo azul e branco. No segundo golo do FC Porto, mais uma vez o espanhol a demonstrar que tem o jogo ofensivo todo desenhado na sua cabeça. Conhece os melhores caminhos e sabe sempre avaliar quando o sucesso por onde opta seguir as jogadas é uma possibilidade grande. Não só a executar, Óliver destaca-se pela forma rápida como interpreta e raciocina. Pela capacidade de encontrar e conhecer os espaços mesmo antes de ter a bola nos pés.

Finalmente Brahimi no relvado. Poucos na liga têm a sua qualidade técnica. E ainda que por vezes demore e perca soluções, o que traz em desequilíbrio é demasiado bom para ser ignorado. A recepção para dentro que lhe permite espaço e livrar-se da oposição para posteriormente servir a finalização de André Silva.

Um golo como exemplo do que é decidir e executar com qualidade em organização ofensiva. Do primeiro passe de Danilo a variar centro do jogo, à mente e pés de Óliver e Brahimi, até ao golo de André Silva.

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Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

11 Comentários

  1. Oliver, Brahimi e Corona… Meu Deus.

    Curioso o facto de NES pedir largura ao Argelino quando é precisamente a receber e conduzir em diagonal para dentro que tanto ele como Corona tornam este Porto perigosíssimo. Além disso, com a profundidade que Alex Telles e Maxi podem dar, é um contra-senso tê-los com os corredores “tapados”.

    Outro detalhe… Nuno a preparar João Teixeira para ida do mago Argelino á CAN (única altura que concordo com o Superleão hehe).

    • O Nuno pediu largura num momento em que o Marítimo estava mais subido e o Porto estava a recuperar a bola em zonas recuadas. A largura era para esses momentos de saída desde trás em que é importante ter largura total.

      Em organização ofensiva quer o Corona, quer o Brahimi passam muito tempo em zonas interiores.

      O Porto evoluiu muito a reação à perda desde o início de época. É agora pressionante e agressivo. Antes era recuar e organizar.

      O próximo passo passa por saber gerir melhor o jogo. Hoje o Porto está a ganhar na segunda parte e perde o controlo que estava a ter. O Marítimo chega à frente com grande frequência porque o Porto não sabe descansar com bola. Quer estar sempre a atacar, sempre nos últimos 30 metros e ainda não percebe que há momentos em que é preciso guardar mais a bola e não deixar o adversário crescer no jogo.

      • O Marítimo jogou sempre nos últimos 30m, e dar largura pode abrir espaço entre o lateral e o central ou mesmo entre os centrais, mas para isso tem de surgir alguém nesse espaço (Telles ou Maxi a passar para o corredor mais interno), algo que não aconteceu. Acho mais proveitoso ter Brahimi e Corona por dentro, onde podem “abrir” mais que uma via, enquanto se estiverem encostados à linha o caminho está fechado por fora, reduzindo as possibilidades de aproveitamento da criatividade que possuem.

  2. Porto pormenor, Oliver orienta corpo como se fosse fazer passe na largura e quando o jogador do marítimo abre, Oliver mete dentro para braihimi

  3. Brahimi tem de jogar, como disseste, não se pode ignorar aquela qualidade técnica..sobretudo pela capacidade ente linhas, onde realmente desiquilibra…

  4. Destaco um pormenor importante que para mim define muito do sucesso do lance, que é a movimentação do Brahimi dando ideia ao defesa que vai para a linha para depois receber a bola mais à vontade.

    Mas se analisarmos o lance no seu todo, é toda uma falha defensiva do Marítimo, desde o espaço sem fim dado ao Oliver (o jogador do Marítimo mais próximo devia tar a uns 15 metros), até ao desalinhamento defensivo do Marítimo quando Brahimi recebe, parecendo que há jogadores a movimentarem-se para pôr o André em fora-de-jogo quando têm 2 colegas já bem atrás…

  5. E até vou cometer um “pecado”. Dizer que me parece que o Oliver está fora de forma porque demora um milésimo de segundo a mais do que já o vi a fazer a decidir os lances (o que tem culminado, por exemplo, com erros no momento de finalização).
    De qualquer forma, mesmo achando que pode chegar a um nível ainda melhor, é o jogador em Portugal com mais capacidade para brilhar num grande clube europeu. Não falha um passe e entende o jogo melhor que qualquer outro jogador em Portugal.
    E, outra coisa que lhe acho sublime, mesmo com toda esta qualidade e capacidade de decisão, não deixa de se entregar a tarefas defensivas com grande agressividade.

  6. O Oliver é bem capaz de ser o melhor jogador do campeonato… Pelo menos para mim. Não há uma bola sem seguimento a preceito, seja qual for a jogada. Fantástico. E Brahimi só é equiparado por Pizzi, Cervi e pouco mais. O FCP tem um excelente plantel, apesar de uns quantos pinos na defesa, que mesmo assim não são do piorzinho que existe. Longe disso. E se o Neves jogasse em vez do Danilo…

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