
Os primeiros testes trazem ainda muitas dúvidas. Há imensas decisões a terem de ser tomadas, e por vezes muito do que se faz está condicionado ao real intuito do treinador. Conhecer? Avaliar? Rotinar? Consolidar?
Para já, começa a desenhar-se tacticamente uma equipa em 4231.
Em Organização Defensiva, o “10” movimenta-se para sair ao central adversário aquando da primeira fase defensiva, e volta para incorporar linha média, restabelecendo equilíbrio no corredor central quando um dos outros dois médios mais baixos saem da sua posição. Os extremos não estão ligados à linha média em termos de organização por linhas. No lado oposto da bola, há liberdade para não haver articulação, um pouco à semelhança do que faz Deschamps com Mbappé, não o obrigando a recuar e articular com dupla de médios.
Ainda com muito para perceber sobre como se comportará o Sporting no seu momento de Organização Ofensiva, aquele em que passará a maior parte do tempo na Liga portuguesa, a boa nova é que as perdas que sofreu não parecem ter sido trágicas. E se em termos de quantidade o plantel parece curto (qualitativamente), há qualidade para formar um bom onze.
Como avançado surgiu Montero, que embora seja também capaz no momento de finalização, está bastante longe do que fazia e de como desbloqueava resultados Bas Dost. Contudo, traz muito maior qualidade de ligação para o ataque, seja em ataque posicional ou em ataque rápido, onde na partida com o Nice, se mostrou capaz de receber primeiro passe da transição, rodar e fazer a bola entrar mais adiante para que Raphinha e Matheus Pereira aproveitassem o espaço antes do adversário fechar o campo. Algo que pouquíssimas vezes conseguíamos ver quando o apoio era de Bas Dost.
O regresso de Bruno Fernandes deverá trazer o baixar de metros no relvado a Wendel. Eles que parecem os jogadores com maiores garantias de partirem à frente da concorrência, esperando no onze por um médio de traços físicos diferentes, que possa assegurar de forma mais eficiente a articulação com a linha defensiva (Palhinha / Petrovic / Misic) em organização, e a reactividade tão necessária na perda, a uma equipa que se expôe como será provavelmente o caso do Sporting de José Peseiro.
O brasileiro tem qualidades técnicas e físicas evidentes, e condições únicas para poder tornar-se um caso de sucesso e uma boa surpresa na presente temporada do Sporting, ficando ainda por perceber se colocará bom posicionamento e tomada de decisão no seu jogo, para garantir que tal suceda.
Nos corredores ofensivos, Nani mesmo que longe do nível de outrora tem sempre a capacidade para definir no último terço de poucos outros. Enquadra o seu último toque com qualidade e na Liga portuguesa será sempre um jogador capaz de acrescentar bastante ofensivamente. Enquanto do lado oposto, Matheus Pereira poderá ser a chave de uma época! Qualidade técnica absurda, a forma como conduz em progressão, dribla e agora está a definir, tornam-o um dos maiores criadores da Liga. E se na temporada passada, mesmo longe de um clube grande, foi eleito por cá para a equipa do ano, mais condições terá para provar a sua valia no ano vindouro.
A linha defensiva sofreu poucas mudanças, e é composta por jogadores com enorme qualidade defensiva. Seja nos duelos seja no posicionamento, e com a garantia de que a restante equipa consegue participar com qualidade em todo o processo e não apenas no defensivo, o Sporting continuará a ser uma equipa com condições para consentir poucas oportunidades aos adversários.
Não herdou um cenário de sonho, a equipa técnica leonina, e parte portanto, em desvantagem. Mas tem competência e condições para ainda assim fazer sonhar a nação verde.
Discordo em absoluto que Wendel possa vir a tornar-se num caso de sucesso no Sporting, é um jogador para lá de horrível. Via vídeos dele no youtube e pensava nos 8 ou 9 milhões que custou e só me perguntava: “como é que o Jesus não lhe dá alguns minutos (pelo menos)? Mas com estes 2 amigáveis fiquei a perceber o porquê, é básico com bola e intragável tacticamente sem ela, dificilmente será titular no Sporting esta época.
Olha que o Jesus não dava, mas iria dar…
Maldini, vês esta posição de “10” semelhante à que ocupavam BFernandes/Podence na época transacta quando jogavam atrás de Dost? Parece-me que irá ocupar terrenos mais próximos da dupla de médios mais recuada do que do avançado/alas como acontecia anteriormente, não poderá isto causar um menor volume ofensivo?
não vejo semelhante. Antes era um avançado que por vezes baixava… agora é um médio que vai lá pressionar mas volta…
Não sei se dará menos volume ofensivo, porque ainda não toquei muito na organização ofensiva… o que notei foi ali algumas trocas entre Matheus e Wendel (ou BF)… mas em jogos que dê para ter mais bola, vou tentar perceber isso…
Depois de um mesinho e tal a comer picanha, aprendeu a jogar? É isso? O que vi dele nestes 2 amigáveis foi muito mau sinceramente, mas também amigáveis são amigáveis e pré-época é pré-época, se de facto afirmar-se darei a mão à palmatória.
Maldini, penso que o Peseiro pode querer utilizar o Nani mais na posição “10”, talvez por não ter a velocidade de outros tempos e também porque penso que quando Peseiro o lançou foi nessa posição. Sendo assim o Bruno Fernandes recua para “8”, onde também jogou muitas vezes na época anterior.
Outra hipótese que vejo para o Nani é mais num 442, a apoiar o avançado, isto se houver mudança táctica.
Ou achas que o Nani vai actuar preferencialmente a extremo?