
A melhor equipa da história, o Barcelona de Pep, pois claro, teve o condão de abrir as mentes para um novo jogo. Um jogo inteligente, de ligações, de progressão conjunta, não por ser bonito, mas por ser o que melhor assegurava o objectivo primordial do jogo. Vencer.
De constantes associações entre elementos, mas, nunca apenas porque sim! Sempre com intuito de chegar ao golo. Entre detractores e próprios fãs do jogo apoiado, cresceram formas de ver o jogo totalmente erradas. Erradas porque entre os fãs, se acreditou que o jogo apoiado era um fim e não um princípio. Porque o jogo apoiado é sempre o melhor quando… não há melhor! Mas, pode haver! Tudo é contextualizado.
Uma equipa que se proponha a ter muita bola, não pode nem deve desperdiçar situações em que há boas condições de colocar um seu jogador na “cara do golo” porque a matriz é o jogo apoiado. Na verdade, mais do que ser apoiado, importa ser inteligente!
E no jogo inteligente, demasiadas, ou até praticamente todas, são as vezes em que se impõe o toque curto. Porque é mais fácil de progredir e invadir espaços de forma consecutiva, para ferir a oposição.
O Belenenses de Silas colocou o FC Porto perante dificuldades gigantescas pelo tipo de jogo a que se propôs. Um estilo de parecenças óbvias com a filosofia de Guardiola. O histórico clube de Lisboa demonstrou em ataque posicional ideias e uma competência de que muito poucas outras equipas em Portugal se poderão vangloriar.
O jogo inteligente, não é porém, jogar curto a todo o instante. Na verdade, se a oposição o permitisse, e os intervenientes com bola tivessem qualidade para tal, o jogo inteligente seria sempre a bola na frente. Porque o primeiro e mais importante princípio do jogo ofensivo é o da progressão. Se há alguém que esteja mais próximo da baliza adversária em boas condições, e se há no portador qualidade para que a bola lá chegue sem picos, é precisamente essa a primeira opção! Se podes e consegues num passe mais longo isolar um colega, ou deixá-lo numa situação de 1×1, inteligente é fazê-lo, e não trocar a bola apenas porque sim. Porque eu gosto é de passar curto.
Pep, melhor que todos os seus seguidores sabe-o. Já havia falado sobre o porquê da chegada de Ederson a Manchester, e não há melhor forma de o provar verdadeiro, do que se perceber a lista de emparelhamentos HxH a campo inteiro, e a tomada de decisão do guarda redes brasileiro, que proporcionou a Aguero marcar na Premier League.
Case closed!
Concordo 200% com tudo o que disseste.
E a partida que o Belenenses fez serviu para matar a curiosidade daqueles que porventura ainda duvidavam da qualidade do seu jogo.