![messi](https://i0.wp.com/www.lateralesquerdo.com/wp-content/uploads/2019/05/messi.jpg?resize=678%2C381&ssl=1)
A frase que dá o título a este post é de Pep Guardiola quando questionado há meses sobre quem era o melhor jogador do mundo.
Presenciámos na última 4ª-feira mais uma demonstração da genialidade do argentino, que talvez seja hoje o expoente máximo de um certo tipo de futebol que valoriza, e tenta agregar, qualidade técnica e capacidade de decisão/entendimento de jogo. Durante muitos anos estes factores não coincidiram em muitos jogadores, principalmente os que pisavam zonas próximas das balizas adversárias, mas Messi é quem representa a quebra desse paradigma a um nível mais elevado. Estes argumentos fazem com que seja o melhor de sempre
Frente ao Liverpool, além do livre extraordinário, havia boas razões para o argentino passar ao lado do jogo, e arrisco que a maioria no seu lugar, não teria alternativa. O Barcelona nas fases mais precoces da construção, fez baixar Busquets para junto dos centrais, fixando Rakitic e Vidal à frente da 1ª pressão do Liverpool. A direita ficava entregue a Roberto enquanto que à esquerda Coutinho adiantava-se, por zonas interiores, para se juntar à dupla Suarez e Messi na frente.
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Coube ao argentino jogar no espaço entre a linha média e defensiva do Liverpool. Ou pelo menos, começar aí e ter nessa zona o ponto de partida da sua acção.
A exibição de Messi poderá ser ainda mais valorizada porque o plano de jogo de Valverde esteve longe de lhe ser favorável. Como a distribuição acima indicia, Messi recebeu vários passes entre linhas, ou ao recuar para ficar de frente para baliza adversária, conseguiu ultrapassar o adversário directo, em drible, entrando em condução nesse espaço, um número de vezes invulgar se pensarmos que do outro lado está a melhor defesa da Premier League.
A questão, como vem sendo hábito neste Barça, é que não existiam jogadores suficientes à frente do portador da bola para dar o devido seguimento à jogada. Busquets, Vidal e Rakitic, ficaram demasiadas vezes atrás da linha da bola em simultâneo quando o argentino arrancava. Como se vê nas imagens abaixo, Busquets fica para trás, Coutinho e Suarez vão na profundidade e Messi acaba por estar em desvantagem perante Keita e Fabinho.
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Mesmo tendo perdido algumas bolas nesta circunstância não deixa de ser notável a forma como Messi aguenta a pressão com a bola em condução, e tem a capacidade de atrair adversários perdendo a bola no limite das possibilidades. Não admira que juntando Coutinho e Suarez, o Barça tenha uma incapacidade de criar perigo com tão poucos jogadores no último terço.
A forma como Messi atrai adversários ao limite, facilita as tabelas, assim como o envolvimento com os colegas. Desta forma quando principalmente Suarez e Coutinho estavam por perto este foi um recurso explorado, também possível porque toda a equipa teve como grande preocupação que o argentino recebesse a enquadrado com a baliza adversária sobretudo entre linhas, mas se o Liverpool estivesse mais compacto, alguém surgia na profundidade e Messi recebia bola mais recuado mas de frente para a linha média do Liverpool.
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No segundo golo do Barcelona, e também com alguma sorte, é visível como “bastou” existirem mais jogadores no último terço, para mesmo em desvantagem numérica, a equipa conseguir criar perigo tendo por base Messi. Mais uma vez o argentino a forçar condução ao limite (manteve centrais e Milner preocupados consigo), permitiu que mais jogadores se juntassem no último terço, nomeadamente a inserção de Sergi Roberto que acaba por ser decisiva para o desfecho do lance. E à esquerda Vidal aberto e Rakitic levaram Joe Gomez, lateral, a permanecer longe dos centrais, espaço aproveitado por Suarez.
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O Liverpool apresentou uma linha defensiva adiantada, que só recuava em último recurso. A profundidade nestas ocasiões não foi muitas vezes ameaçada, mas Messi foi dos poucos jogadores blaugrana a tentar explorar esse espaço. Os jogadores mais solicitados foram, além de Coutinho e Suarez, Alba – o único jogador da linha média/defensiva que se insere na profundidade com regularidade.
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Tanto em zonas mais adiantadas como é visível em cima, ou recuadas como em baixo, Messi percebeu quando podia tentar explorar as costas da defesa, e não será de admirar que esta seja uma forma de o Barcelona tentar chegar ao golo em Anfield, dado o natural pendor ofensivo com que o Liverpool irá encarar o jogo
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Em transição ofensiva, e com a equipa num bloco invulgarmente baixo em 4x4x2, Messi assumiu-se como a referência frontal nas costas dos médios do Liverpool, sendo o maior ponto de saída. Também aqui os colegas procuraram o passe vertical mas com rapidez a dar apoio, nomeadamente quando o argentino se encontrava pressionado (não estando, rapidamente enquadrava e conduzia bola, fazendo a equipa avançar).
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Na parte final, e já com o Liverpool desequilibrado, nomeadamente após bolas paradas a seu favor, Messi apareceu revelando ainda disponibilidade para o contra-ataque, agora em superioridade numérica. A capacidade de conduzir e atrair para soltar no momento certo foi ainda mais evidente.
Messi é o melhor a tirar partido das suas capacidades, que são inúmeras, para dar vantagem à equipa.Como se viu no último jogo a sua acção, não só dá melhores condições aos colegas, como também lhes garante mais espaço para executar. Aliás, um dos aspectos mais interessantes do modelo de jogo do Barcelona é precisamente a forma como conseguem colocar os jogadores da frente em situações de relativo perigo com tão pouca gente à frente. A qualidade individual é fundamental e Messi será, neste ponto, o principal responsável por um ataque tão goleador. Por exemplo, não é por acaso, que no campeonato e liga dos campeões entre golos e assistências está em mais de metade dos golos do Barça
“com apenas um finalizador”
– Melhor assistente de sempre da história do Real Madrid (em todas as competições, La Liga e Liga dos Campeões), melhor assistente da história da selecção nacional, melhor assistente da história da Liga dos Campeões, melhor assistente da época da Juventus.