
No “Futebol Total”, programa do Canal 11 de segunda feira, referi-me à confirmação de uma evolução estratégica do Modelo de Lage.
Depois de na temporada passada ter experimentado dificuldades várias no jogo de Alvalade da Taça de Portugal e na recepção ao Belenenses, jogos em que enfrentou a primeira fase de construção adversária em inferioridade (2 avançados contra 3 defesas), e com isso não foi capaz de trazer para si a toada do jogo – Mais até do que estancar as entradas adversárias em criação, perdeu tempo com bola e não foi capaz de assumir o jogo da forma pretendida, o SL Benfica voltou a enfrentar os mesmos adversários logo no primeiro mês de competição da nova época, com uma nuance estratégica diferente.
Estratégica porque a identidade do Benfica não foi alterada. Apenas o comportamento numa fase específica de um momento do jogo. Bruno Lage preparou um encaixe táctico diferente contra o 3+2 da construção adversária (que se repetiu na presente época, depois do sucesso contra o Benfica na época passada), e foi bem sucedido.
Na nova época e perante o 3+2 adversário, na pressão sai com Seferovic ao central do meio e com os extremos Rafa e Pizzi aos centrais mais abertos, enquanto o outro avançado (Raul) fica entre médios, com o apoio proveniente da chegada de um dos outros médios encarnados – Todas as saídas adversárias tapadas através de um encaixe diferente do que o modelo de Lage contempla habitualmente na primeira fase defensiva.
A maior coragem de um treinador é aquela que Bruno Lage evidencia. O mais fácil é não mudar e na derrota gritar por identidade e relembrar que cai de pé. O mais difícil nos dias de hoje em que o parecer conta mais que o ser, é alterar, ser estratégico e ir à procura da vitória. Sabendo que no dia em que corre mal tal será tido como uma causa – efeito. “Perdeu porque defende com os avançados lado a lado e agora foi com um nas costas do outro”.
O impacto Bruno Lage em Portugal tem tudo a ver com um treinador verdadeiramente inteligente em tudo o que importa na sua profissão – Modelo – Estratégia – Liderança – Processo de Treino.

– Benfica a sair com 2 contra 3 na construção adversária – Felix e Seferovic lado a lado

Alteração Estratégica para melhor encaixe na saída em 3+2 – São os extremos que saem nos centrais (Pizzi e Rafa com centrais mais abertos) e Raul controla os 2 Médios com ajuda da chegada de Florentino ou Gabriel

Jonas + Felix contra 3 que trocaram a bola e congelaram a posse

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“Liga NOS – Parte II (aqui)”
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“A incrível tarde de Rafa Silva (aqui)”
“E tudo Rafa levou (aqui)”
Boas Pedro, qual o software utilizado no programa televisivo?ainda no outro dia vi a análise ao Félix,no ‘futebol a sério’ e fiquei curioso com o software utilizado
Ui.. Nem sei… Vou tentar descobrir
Muito interessante esta análise de alteração do pressing de Lage de um ano para o outro.
Uma alteração muito inteligente, uma vez que evita a inferioridade numérica e aumenta a possibilidade de “roubar” a posse numa fase muito adiantada.
Interessante que apesar do Benfica de Lage jogar em 4-4-2, no momento de organização defensiva (e falando destes adversários específicos de 3 centrais), muda para um 4-2-3-1 (ou parecido vá).
Obrigado Bouças. Muito interessante!
Não acham que com esta alteração, parte muito a equipa? Pelo menos se a bola passar logo a primeira linha média.
No ultimo jogo achei isso. Acho que a linha defensiva está muito distante da linha dos médios quando fazem a pressão alta. É um aspecto a melhorar
Concordo inteiramente contigo Pedro.
Na minha opinião, o Lage tem assistido a muitos jogos de Futsal?.
Esta forma de pressão (muito utilizado nas saídas 3*2 no Futsal) é muito interessante mas ao mesmo tempo desgastante ( principalmente para quem joga com dois avançados), e na minha opinião, só é possível executar bem esta estratégia, com dois avançados com as características iguais ou parecidas com as do Seferovic e do Raul. Primeiro avançado corta a linha entre os centrais, ala/extremo corta a linha paralela(lateral), outro avançado faz o vértice do triângulo, cortando a diagonal e o jogo interior. Excelente artigo Bouças, aquele Abraço
Grande abraço amigo!
Interessante!
E algumas bocas ainda dizem que ‘querem ver quando ele começar a ter maus resultados…’. A verdade é que isso nunca mais chega, por que será?
Este modelo pode dar muito ao Benfica na Europa e nos jogos a eliminar, porque sem bola o Benfica é fortíssimo e também mata jogos em duas ou três transições. Aqui o problema estará na eficácia do rapaz chamado Seferovic, principalmente, que acredito que não terminará a época a titular. Um jogador que tem realmente contributo defensivo, mas o ofensivo limita-se a quando lhe dão golos de mão beijada, é pouco para um ponta-de-lança do Benfica. A curto prazo, percebe-se de novo a aposta, conhece melhor que todos os outros avançados o que o Lage quer e por isso é titular agora. É uma questão de perceber, quando tiverem oportunidade, como funcionam Vinicius e RDT, ou RDT e Chiquinho.
Pedro, aproveito para elogiar as tuas presenças no Canal 11. Sempre elucidativo, opiniões muito fundamentadas e com conhecimento de causa, sejam temas de tática ou de contexto formativo dos jogadores de futebol. PS: alguns intervenientes do programa querem pôr putos a jogar à força nas primeiras equipas, mas olhando para os que fizeram mais que uma época na equipa B: Félix, Gedson, Florentino e Jota, que desde os 17 jogavam na equipa B, chegaram super bem preparados ao plantel principal do SLB. É certo que já mostravam qualidade, mas precisaram de repetir e errar muito para estarem a ‘correr’ com os mais cotas da equipa A.
Aqui no blogue é mais do mesmo, conteúdo sempre de excelência.
Bem haja
Bom comentário!!!
??? Grande abraço