
Temos o “saudável” hábito de valorizar ao extremo jogadores com qualidade, mas apenas de nível nacional. Por outro lado, por vezes temos mesmo debaixo dos nossos olhos um jogador capaz de ter rendimento em qualquer campeonato, em qualquer equipa do mundo, e não o entendemos ou pelo menos, valoizamos na medida justa.
Trinta e três anos e um rendimento em contexto internacional,
ainda superior a qualquer médio que jogue no campeonato português. Depois de uma justificada histeria no início da sua carreira, João Moutinho foi desaparecendo do mediatismo, na mesma medida em que foi sempre apresentando rendimento. Foi sempre demonstrando ser um jogador de grandíssima qualidade. E demonstrou-o em realidades bastante mais “rápidas” que as da Liga NOS onde nunca parece faltar o tempo aos jogadores dos maiores clubes.
Acerto excepcional em posse, e paulatinamente passando de um relógio certinho de equilíbrios para um jogador capaz de desorganizar estruturas adversárias em condução ou passe – curto ou longo. Ainda hoje um andamento incrível que lhe permite fechar espaços, chegar rápido e ter impacto em todos os momentos do jogo.
Na recepção ao Luxemburgo, João Moutinho foi João Moutinho. E as saudades que deixará…

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Maldini, a teu ver o que correu mal ontem?
Podia ter aspirado a jogar no Barça de Iniesta e xavi?? Sempre o vi com qualidades para tal…
Por acaso diria que se enquadra na primeira linha do texto. Jogador médio-mais que sempre foi endeusado na tuga apesar da falta de criatividade. Considero uma brincadeira ser comparado com Iniesta ou Xavi, dois expoentes máximos do futebol que são batidos – e mesmo assim tenho dúvidas se não estarão ao mesmo nível – apenas pelo Messis. Moutinho é apenas mais um de uma longa lista que inclui também nomes como Rafa ou Gabriel (só para citar dois casos que vocês adoram).
Não obstante o post ser sobre o Moutinho, cuja qualidade, a espaços, até reconheço a um nível médio e muito irregularmente a um nível alto, gostava que escrevessem sobre a seleção.
“Usámos e abusámos do jogo interior. Devíamos ter explorado mais os corredores, por isso coloquei Gonçalo Guedes. Não foi possível. Ao intervalo tentámos retificar, era importante não jogar tanto com o coração e mais com cabeça.”
Para procurar jogar menos pelo meio e mais pelas corredores, tira o Guedes e põe o Felix? Talvez fosse importante que a questão de ter mais cabeça começasse desde logo no banco.
“Na segunda parte, pedi para entrar com cabeça. Se estivéssemos bem defensivamente como costumamos estar, depois com a qualidade dos nossos avançados, podíamos dar a volta ao jogo.”
Podemos considerar isto uma ideia de jogo ou um wishful thinking?
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Quais os comportamentos pedidos à linha defensiva na transição e organização defensiva e na defesa das bolas paradas?
Quais os comportamentos coletivos gerais e de micro-estruturas pedidos nas transições?
Há ideias coletivas por setor que denotem identidade e/ou, em alternativa, que seja, capacidades mutantes que não permitam ao adversário interpretar e que nos aproximem do sucesso, ou, na verdade, a identidade é mais individual que coletiva?
Nota: As citações que coloquei no meu comentário anterior são do Fernando Santos.