Como se vai preparando o Tottenham de Nuno Espirito Santo

A juntar à chegada de Nuno Espirito Santos ao Spurs, o facto de ser (muito provavelmente) o próximo adversário do Paços na Conference League aumentou a curiosidade de conhecer a nova versão do Tottenham. Partindo de um 4x3x3, a equipa de NES têm um momento defensivo bem definido, com três jogadores adiantados a preparar a Transição Ofensiva e juntos no corredor central e a equipa sempre muito junta. Em zonas altas, médias ou baixas, os extremos nunca juntam à linha média, o que permite à equipa inglesa ter sempre três jogadores apontados à baliza adversária após recuperação. Contra o Chelsea, sentiu dificuldades a controlar o espaço nas costas dos interiores que apareciam demasiado próximos aos três avançados, o que abriu espaço para a bola entrar nas suas costas como na seguinte imagem. Poderão sentir dificuldades, também, contra equipas com capacidade para explorar a largura no seu momento ofensivo porque a linha média (de apenas 3 elementos) têm dificuldades a bascular de corredor para corredor.

Como referi, os Spurs de Nuno Espirito Santo são uma equipa que pensa o momento de Transição Defensiva enquanto se encontra em Organização Defensiva. Tal facto está associado ao primeiro passe após recuperação, praticamente sempre para a frente, de modo, acelerar imediatamente o jogo para explorar a desorganização adversária. Foram vários os golos marcados em situações de contra-ataque ou ataque rápido e muitas oportunidades criadas, nesta pré temporada. Para além de ter três jogadores sempre apontados às balizas adversárias, as características dos três que têm tido mais minutos (Son, Berwjin e Lucas) são propícias para a equipa ser perigosa nos segundos após recuperação.. São jogadores rápidos com uma tremenda velocidade de deslocamento, mas também com uma incrível velocidade de execução. A isto, juntam o facto de combinarem muito bem, o que facilita a chegada à baliza adversária.

Com bola, ainda terá muito para crescer esta nova versão dos Spurs. Contudo, já tem alguns posicionamentos pensados para ferir o adversário e com alguma mobilidade na construção, alternando com os médios a receber à largura dos centrais ou entrelinhas, assim como, alternam o posicionamento dos laterais (baixos ou altos) e dos seus extremos que aparecem, preferencialmente por dentro. Têm já alguns contramovimentos coletivos interessantes, com jogadores a alternar sempre entre apoio e rutura (principalmente, Son), mas a qualidade e fluidez das ligações ainda está longe daquilo que poderá ser durante a época, o que é normal nesta fase prematura da época. É uma equipa sólida defensivamente, que precisará de melhorar a defender com 7 jogadores atrás da linha da bola – algo difícil nos dias de hoje – mas que poderá tirar os seus benefícios em situações de Transição Ofensiva. Veremos para onde caminhará o modelo do treinador português em mais uma aventura por terras de sua majestade.

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