Ilha dos horrores

As perdas em construção do Marítimo – Como foi contraproducente a sua saída num ralvado lastimável – deram oportunidades ao FC Porto. Uma delas, uma recepção fantástica de Taremi que lhe permitiu enquadrar o último passe para Otávio nas costas da defensiva adversária valeria o abrir do activo, num golo de Luis Diaz.

Mas, não foi apenas dos erros adversários que o Porto viveu na primeira parte. As constantes chegadas de Diaz acelerando o jogo pelo corredor esquerdo foram um quebra cabeças para toda a estrutura defensiva do Marítimo. Os movimentos de Toni Martinez, movendo-se sempre na diagonal para as costas da linha defensiva madeirense, foram sobretudo de aproximação aos corredores laterais e menos para explorar zonas de finalização, muito por mérito da defensiva contrária, mas nunca ignorando a dificuldade que é criar entre linhas, onde o espaço se reduz, com um relvado impraticável.

Em vantagem e a criar ocasiões, fosse em transição nos erros da construção adversária, ou em ataque posicional, adivinhava-se o avolumar e sentenciar da partida – Inacreditável a bola que Toni perdeu ainda com 0 a 0 no marcador.

Embora a primeira parte tenha sido marcada por um bom FC Porto, na única aproximação da equipa de Velazquez ao último terço, marcou um golaço Bruno Xadas. Atenção a Vitor Costa, o lateral brasileiro que retornou a Portugal para assistir a preceito o pontapé imparável de Xadas – Também ele um talento imenso à espera de rendimento constante.

442 em Organização Defensiva com Otávio a saltar sobre posicionamento a 3 na construção do Marítimo

Se o empate deixava antever possíveis dificuldades para o segundo período, até pelo degradar do relvado, a verdade é que a prometedora primeira parte não faria prever a queda abrupta de rendimento do FC Porto no segundo período.

O jogo tornou-se atabalhoado, mais batido que jogado. Os azuis deixaram de conseguir ligar o jogo por entre os sectores adversários e também não foram capazes de alimentar o jogo aéreo de Toni Martinez pelas entradas pelos corredores laterais.

Desapareceu por completo do jogo a equipa azul, parecendo sempre mais dada ao coração do que à razão, e o melhor lance da etapa complementar acabou por ser a possibilidade que Vidigal desperdiçou para deixar os três pontos na ilha.

Extremos como laterais, num 2x2x6 na chegada ao último terço

Arriscou tudo no seu posicionamento ofensivo, Sérgio Conceição. Pepê e Corona passaram a jogar como laterais, enquanto na frente se juntavam Evanilson e Toni, ladeados por Conceição e Fábio Vieira. Porém, tal posicionamento mais do que ter o benefício de criar vantagem numérica sobre a linha defensiva adversária, dificultou o processo de construção. O Porto passou a ter mais dificuldades a ligar o jogo até ao último terço, e poucas vezes os seis homens que surgiam na frente, tiveram bolas com condições óptimas para poderem desequilibrar.

Numa das poucas vezes que tal aconteceu, Francisco Conceição esteve próximo de desequilibrar o resultado.

HOMEM DO JOGO

LUIS DIAZ. Acelerou, desequilibrou, marcou. Foi do colombiano quase toda a responsabilidade pelo bom Porto no primeiro período. Autêntico quebra cabeças, somou passes chave que não foram posteriormente finalizados. Diaz promete uma temporada de nível magnífico. Ao seu nível, portanto.

1 Comentário

  1. Este é o Porto do SC. Tanto pode ganhar a um candidato à Champions como pode perder qualquer jogo, semana sim semana não.
    Foi assim que foi campeão e largamente elogiado até por aqui, quando na verdade teve fraca concorrência e quase só por isso foi campeão.
    O Porto do SC é como o próprio SC. Tanto pode ser coerente e correto como pode perder o controlo numa fração de segundos.

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