HGV: O outro trio de Paris

Bem sabemos que, quando se fala do Paris Saint-Germain, todas as atenções estão agora viradas para um trio deveras especial, o qual só uma verdadeira soma bilionária poderia juntar. Falamos claro de Neymar, Mbappé e Messi, um tridente que promete aterrorizar as organizações defensivas adversárias. Algo que começou a dar os seus frutos mais visíveis contra o Manchester City de Pep Guardiola. Assim, a probabilidade de se falar do (belíssimo) golo de Lionel Messi ao invés do tento de Idrissa Gueye é quase absoluta. No entanto, olhando para o que foi o jogo, outro trio chama a atenção. Composto por Herrera, Verrati e Gueye, este foi o tridente com sinal mais no jogo. E se duvidam, observem o monstruoso trabalho dos três médios que, em excelente coordenação com a linha defensiva, travaram um dos melhores (senão o melhor) ataque posicional da Europa.



E se havia dúvidas em relação ao momento defensivo do PSG de Pochettino, este jogo dissipou-as. Foi ver Herrera, Verrati e Gueye desdobrarem-se em trabalhos que negaram os espaços que o City mais gosta. Um dos interiores (Herrera ou Gueye) ficava a cargo de tapar espaços entre lateral e central (do lado da bola) enquanto que o outro alargava a linha defensiva. E se um dos centrais saía, Verrati foi sempre lesto a ocupar o espaço em falta garantindo sempre largura e ocupação de espaços irrepreensíveis – ao mesmo tempo que garantiu sempre as dobras fundamentais. Isto aquando se jogava no último terço. Porque mesmo no restante campo, a enorme disponibilidade dos três para libertar os três da frente (e ajudarem no ataque) foi também assombrosa. Um trabalho colectivo de encher o olho e que vai sempre ficar ofuscado pelo talento do outro trio. Mas que ninguém duvide que a sigla HGV (Heavy Goods Vehicle) lhes assentou na perfeição, e que o sucesso de Neymar, Kylian e Leo estará muito dependente deste trabalho invisível que tentamos mostrar.

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