Sporting encontra novos caminhos em Arouca

Como Jesus, Amorim trouxe, também ele, hoje em Arouca, uma variante posicional ao seu modelo de jogo. O posicionamento de Matheus, que partiu de uma linha mais adiantada, sendo o terceiro homem da frente e, simultaneamente o terceiro homem do meio, sendo o interior esquerdo, com Bragança a Interior direito, com a equipa em posse.

Se sem bola Matheus formava a habitual linha de três homens da frente para pressionar início de construção adversária, com bola, baixava para fazer o que faz habitualmente e pegar no jogo da equipa mas, desta vez, formando um triângulo com Bragança e Palhinha e, assim, permitir a Sarabia subir mais uns metros para zona de decisão, mais junto a Paulinho.

Mais por dentro, como um “10” foi onde mais se viu hoje Sarabia. Com a largura, em posse, sempre garantida pelos alas, hoje Porro e Nuno Santos, Sarabia pôde mostrar-se ao jogo mais no corredor central, fixando-se nas costas dos médios arouquenses quando a equipa leonina estava em posse, estando, assim, mais próximo da baliza, onde as suas características mais podem fazer a diferença, seja pela capacidade no último passe, como hoje, ou a finalizar.

Bragança pode trazer o Sporting para outro patamar ao nível das associações que faz. Se Matheus cria maior impacto no jogo da equipa pela sua capacidade de transporte, Bragança dá ao campeão nacional aquilo que este perdeu com a saída de João Mário, a capacidade de jogar em espaços curtos, quer pelo passe que descobre os colegas quer pelas diagonais curtas, sem bola, como o segundo golo é disso exemplo.

Mas nem tudo foram rosas para esta nova nuance estratégica imposta por Rúben Amorim ao modelo leonino. A demonstrá-lo, uma linha média menos capaz de condcionar as transições adversárias – como exemplo máximo o golo arouquense, onde na sequência de um canto o Sporting sofre um golo em transição onde quem ficou em cobertura foi incapaz de a “matar” devidamente. É no jogo defensivo sem bola que Bragança é menos efetivo.

Depois o controlo da profundidade foi, também, mais do que tem sido, um problema para a última linha defensiva dos verde e brancos. Um factor que pode ser facilmente explicado pela maior rotatividade e, consequentemente, menor estabilidade da linha de cinco.

HOMEM DO JOGO

Daniel Bragança trouxe aos leões algo de que o seu jogo estava carente. Critério e inteligência. A sua participação, decisiva, no segundo golo leonino foi disso prova. Aposta para continuar? Tem a palavra Amorim!

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