
Começou hoje o jogo e não sofrer logo golos contra uma grande equipa, que nos empurrou lá para trás, em certos momentos até mais que na Alemanha, faz a diferença. Um jogo onde nós soubemos compreender os momentos do jogo.
Rúben Amorim
Muitas ideias se podem tirar do jogo que valeu ao Sporting a passagem aos oitavos de final da UEFA Champions League e uma delas está relacionada com a organização defensiva dos leões, no momento de pressão à construção adversária. Num jogo em que os leões tiveram de suster um volume ofensivo considerável por parte dos alemães, pelo menos durante a primeira meia-hora ainda foi possível retirar alguns metros de progressão à organização ofensiva do Dortmund graças a uma pressão que, mais do que padronizada, se adaptou às várias situações que o jogo ia proporcionando:
- Saída curta pelo GR – inversão do trio da frente, com Paulinho a encaixar no 6 (Witsel), avançados interiores a saltarem nos centrais, alas a pressionar os laterais e encaixe individual no campo todo permitindo uma pressão alta.
- Construção em zonas mais altas do campo – variante da estrutura para um 1-5-4-1, com a linha de 5 a manter-se intacta (ala não salta) e com o avançado interior a ir pressionar o lateral adversário.
- Variação do centro de jogo – se inicialmente vai o avançado interior pressionar o lateral, ao iniciar a variação no sentido lateral – central – central – lateral do lado contrario, a frente volta a ser declaradamente de 3, com o avançado interior a saltar no central do lado contrario e o ala a disparar no lateral do lado contrário (médios a encaixar nos médios para impedir ligação por dentro).
Se a evolução do jogo caminha no sentido das equipas na fase construção serem capazes de se reorganizarem constantemente no sentido da criação das superioridades numéricas para progredir no campo, também a fase de pressão tenderá retroativamente a responder com a criação de mecanismos de adaptação constante à construção adversária, tudo isto assente num conhecimento do jogo crescente dos jogadores.

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