Ver o Gil Vicente atacar é muito divertido – Detalhes ofensivos do modelo

“O objetivo era taparem a nossa primeira fase de construção, com a nossa equipa exposta, mas estamos preparados para isso e desmontámos com eficácia o posicionamento e a pressão de fora para dentro do Vitória. A minha equipa é uma equipa de posse, estável com bola e, depois de entrar no último terço, temos jogadores com capacidade de criar situações de finalização. Devíamos valorizar quem joga desta maneira, é um jogo para se ver e rever. Às vezes falamos que na Liga portuguesa não há qualidade, então o que é isto? Devíamos dar mérito a estes jogadores, fizeram um jogo de uma beleza incrível.”

Ricardo Soares, treinador do Gil Vicente

A equipa do Gil Vicente tem sido uma agradável surpresa nesta primeira metade do nosso campeonato. Ocupando neste momento o 5º lugar imediatamente atrás dos 4 do costume, os comandados de Ricardo Soares têm sido muito elogiados até por adversários (Jorge Jesus referiu mesmo que via coisas familiares naquele jogar) e com critério uma vez que têm produzido uma forma de jogar muito agradável se de ver, particularmente a nível ofensivo com princípios de jogo positivos e dinâmicas de grande conforto com bola. Tal ficou mais uma vez explanado frente ao Vitória SC no último jogo, em que os gilistas chegaram a estar a ganhar por 3-0 até perto do último quarto de hora numa exibição de grande arrojo e volume ofensivo e que merece por nós uma análise um pouco mais detalhada (como é divertido ver equipas com ideias destas na nossa Liga…). Sendo assim, dentro da estrutura base da organização ofensiva em 1-4-4-2, temos então:

  • Saída em construção em 2+2 com os centrais por dentro e os médios a assumirem por vezes um posicionamento de 1+1 com um deles a entrar mais profundo no bloco adversário. Laterais baixos para poderem receber com os extremos posicionados largos e profundos, assumindo assim uma dupla largura que abre espaço para o jogo interior dos 4 jogadores (médios mais pontas).
  • Movimentos alternados de apoio/rutura dos dois pontas mas com mais tendência de Fujimoto (jogador muito técnico) a vir em apoio ao espaço à frente da linha defensiva, seja para ir ao corredor gerar superioridade com o lateral e o extremo ou em corredor central onde pode enquadrar para a linha defensiva para progredir e fixar aproveitando os movimentos do ponta e dos extremos sobre a mesma para resolver estas situações de superioridade posicional.
  • Muitas situações de apoio frontal para combinação direta ou para 3º jogador permitindo que a equipa progrida de forma apoiada no campo no corredor central e ache o jogador livre enquadrado para a profundidade, lançando os movimentos de rotura de fora para dentro dos extremos (muito velozes) ou do ponta.

Rating: 5 out of 5.
Sobre Juan Román Riquelme 97 artigos
Analista de performance em contexto de formação e de seniores. Fanático pela sinergia: análise - treino - jogo. Contacto: riquelme.lateralesquerdo@gmail.com

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