Diário do CAN 2021, Dia 26: Meias-Finais

A última vaga na final estava destinada a um treinador português, só ainda não se sabia se seria a António Conceição (Camarões) ou a Carlos Queiroz (Egito). Em Yaoundé, no Estádio Olembé, ficou decidido que o português que iria marcar presença na final de domingo era Carlos Queiroz, representando assim Portugal numa grande decisão. Pela primeira vez na história, um treinador português está na final do CAN.

A primeira ameaça saiu dos pés de Mohamed Salah, que depois do apoio frontal de Omar Marmoush que amorteceu e deixou a bola à entrada da área para o avançado do Liverpool tentar inaugurar o marcador. Depois foi a vez de Ngadeu cabecear ao ferro da baliza de Mohamed Abougabal. Após um canto batido por Ngamaleu, o defesa-central do Gent foi mais audaz na disputa do lance e consegui rematar de cabeça, mas com pontaria a mais. Muito pouco se passou ao longo da primeira parte, pelo que os adeptos esperavam que após o intervalo as equipas subissem ao campo com ambições mais ofensivas.

Já na segunda parte, após um erro de Martin Hongla que na tentativa de fazer chegar a bola a Andre Onana, o passe saiu com pouca força e Mohamed Salah ficou isolado na cara do guarda-redes do Ajax, que conseguiu desarmar o avançado dos Faraós. Os Leões Indomáveis iam tentando aproximar-se com perigo da baliza egípcia e quase sempre na sequência de bolas paradas. Desta feita, Ngadeu cruzou do corredor esquerdo para o desvio ao primeiro poste de Toko Ekambi. O livre lateral poderia ter surtido efeito se Mohamed Abougabal não estivesse atento à movimentação do avançado do OL. Ao minuto 70, era Samuel Oum Gouet que tentava ficar para a história. O médio do KV Mechelen aproveitou uma bola que sobrou a meio do seu meio-campo ofensivo e rematou com muita força à baliza. O remate saiu muito perto da baliza, batendo inclusive nas malhas laterais. Foi um jogo onde se viu o melhor marcador da competição, Aboubakar, com talvez a sua exibição menos conseguida.

Nada ficou resolvido ao longo dos 90 minutos regulamentares, o que levou o gambiano Bakary Gassama a levar o encontro para 30 minutos adicionais. Após um jogo com grandes emoções, dada a sua relevância, mas sem grandes ocasiões de golo, onde até Carlos Queiroz foi expulso do banco, o árbitro terminava o jogo e dava seguimento às grandes penalidades.

Cabia à equipa dos Camarões iniciar a marcação das grandes penalidades:

🇨🇲 Aboubakar ✅ 🇪🇬 Zizo ✅

🇨🇲 Moukoudi ❌ 🇪🇬 Mohamed Abdel ✅

🇨🇲 James Léa-Siliki ❌ 🇪🇬 Mohanad Lasheen ✅

🇨🇲 Clinton Njie ❌ 

Após 7 penáltis, os Faraós confirmaram a sua presença na final de domingo, onde têm o Senegal à sua espera. No embate entre as duas seleções com maior sucesso no CAN (Egipto: 7 títulos; Camarões: 5 títulos), prevaleceu a força dos egípcios. Irá Mohamed Salah encontrar o seu companheiro de equipa em Inglaterra, Sadio Mane, que continua a tentar levar o primeiro título da história para o Senegal. Quanto à equipa de António Conceição, irá defrontar o Burquina-Faso no jogo de atribuição do 3º lugar. Será interessante perceber que impacto terá o facto de o Egito ter decidido três eliminatórias passando por 30 minutos de jogo adicionais (penáltis diante a Costa do Marfim, prolongamento diante Marrocos e penáltis diante Camarões), se terá um impacto significativo no rendimento dos seus jogadores no jogo da final.

Vídeo retirado do YouTube oficial da CAF

Sobre Zidane 33 artigos
André Azevedo. Treinador de Futebol (UEFA B). Licenciado em Educação Física. Mestre em Ciências do Desporto (Especialização em Alto Rendimento). Experiência como Treinador-Adjunto e Principal de escalões de Formação, assim como Analista, Preparador Físico e Treinador-Adjunto no Futebol Sénior em contextos como CD Tondela, FC Paços de Ferreira e Seleção Nacional de Moçambique, respectivamente.

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