
Chegou o momento da grande decisão! Senegal e Egito, no Estádio Olembé, em Yaoundé na luta pela consagração. Os Leões de Teranga em busca do seu primeiro título na história da competição e os Faraós em busca de cimentarem o estatuto de maior de África, procurando o 8º título. A equipa de Carlos Queiroz passou, na minha opinião, pelo caminho mais difícil da competição, deixando para trás Marrocos, Costa do Marfim e Camarões, todos eles com, pelo menos, prolongamento. Depois de Nelo Vingada (Ásia) e de Fernando Santos (Europa), Carlos Queiroz procurava entrar na história dos treinadores portugueses a conseguirem vencer uma prova Continental, desta feita, em África. Treinador que ficou fora do banco, devido à expulsão no último jogo.

Não podíamos pedir maior emoção para começar esta final, quando Saliou Ciss invade a área do Egito e é derrubado por Mohamed Abdel. Siss arrancou pela esquerda, combinou com o colega e foi derrubado na área do Egito em falta. Grande penalidade inequívoca e oportunidade para Sadio Mane colocar os Leões de Teranga em vantagem. Mas na baliza estava o herói das últimas grandes penalidades, Gabaski que defendeu o remate forte do avançado do Liverpool à zona central da baliza. Aos 12’, Ismaila Sarr recebeu à entrada da área, puxou para o pé direito e rematou, mas Gabaski defendeu confortavelmente. Já perto da meia-hora de jogo, Mohamed Salah tentou um golo monumental, driblou no meio de uma série de adversários e já dentro da área rematou cruzado, mas saiu fraco e Mendy defendeu. Ao minuto 43, Mohamed Salah entra na área pelo corredor direito e quando encontra espaço direcciona o seu remate à baliza de Édouard Mendy, que responde com uma defesa espetacular enviando a bola para canto. O embate entre Mohamed Salah e Sadio Mane ia-se percebendo pelas oportunidades que ambos iam criando, justificando claramente o porquê de estarem num patamar diferente dos demais.
No regresso para a 2ª parte, voltou o Senegal a ter uma excelente oportunidade para inaugurar o marcador através de um livre direto em posição frontal, mas Idrissa Gueye enviou a bola muito por cima. 2 minutos depois, o médio do PSG voltou a tentar a sua sorte, mas desta vez Gabaski agarrou a bola após um remate que não saiu muito forte. O Senegal ia andando por perto da área egípcia, mas sem grandes problemas para a equipa de Carlos Queiroz, que insatisfeito com o rendimento da sua equipa no início da 2ª parte promoveu 3 substituições, estando entre elas a entrada de Zizo (ex-Moreirense FC). Ao minuto 69, Abdel Monem esteve perto de fazer o golo, quando Zizo bateu o livre na esquerda e o central surgiu isolado a cabecear. Saiu ligeiramente por cima. Ao minuto 74 apareceu o ponta-de-lança, Marwan Hamdi que cabeceou com perigo ao lado da baliza senegalesa.
Vítor Gomes, árbitro sul-africano, com raízes portuguesas deu por terminado o encontro e levou o jogo para o prolongamento. Bamba Dieng desmarcou-se nas costas da defesa egípcia e já dentro da área, no lado esquerdo, rematou cruzado, mas Gabaski fez uma grande defesa. Gabaski que brilhou ao minuto 100, quando negou o golo ao Senegal com um belo mergulho após o cabeceamento de Bamba Dieng. O avançado do Olympique de Marseille mostrava-se o mais inconformado da equipa de Aliou Cissé, fazendo um belo remate aos 115’, com força e colocado a longa distância, mas o guarda-redes egípcio mostrava-se intransponível. Do outro lado, no minuto seguinte, o guarda-redes do Chelsea também queria mostrar que estava em jogo e fez uma grande defesa após um remate forte de Zizo. Mamadou Loum (ex-FC Porto) não saiu do banco e o jogo acabaria por ter de se resolver da marca dos 11 metros, o campeão africano de 2021 seria encontrado após a decisão através da marca de grande penalidade e coube ao Senegal bater o primeiro:
🇸🇳 Kalidou Koulibaly ✅ 🇪🇬 Zizo ✅
🇸🇳 Abdou Diallo ✅ 🇪🇬 Abdel Monem ❌
🇸🇳 Bouna Sarr ❌ 🇪🇬 Marwan Hamdi ✅
🇸🇳 Bamba Dieng ✅ 🇪🇬 Mohanad Lasheen ❌
🇸🇳 Sadio Mane ✅
Após 29 dias, depois de 52 jogos e 100 golos marcados, onde 63 jogadores com ligações a Portugal (20 atualmente, 43 já passaram por cá) estiveram entre os convocados das suas seleções neste CAN, foi encontrado o novo Campeão, o sucessor da Argélia. Foi o Senegal que venceu a edição 33 do Campeonato Africano das Nações.
Vídeo retirado do YouTube oficial da CAF

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