Temos Barça, Xavi!

A chegada de Xavi à Catalunha prometia trazer de volta ao clube a identidade Culé que havia desaparecido, e os seus primeiros sinais foram positivos, ainda que tenhamos alertado que o processo de crescimento seria demorado (ver aqui). Ao fim de praticamente 3 meses e já com reforços, o Barcelona volta a entusiasmar e a reclamar a atenção de todo o Mundo pela curiosidade que desperta ter o outrora ídolo enquanto jogador ao comando técnico da equipa.

Contando com 15 vitórias em 24 jogos, o Barcelona de Xavi caminha passo a passo para o regresso ao passado, transportando para o campo aquele que era o seu Barça quando jogava. Na vitória contra o Atletico de Madrid, os blaugrana foram uma equipa ofensiva, dominadora e que usufruiu da posse como meio para controlar o jogo, o adversário e chegar recorrentemente a zonas de criação e finalização.

  • Jogo posicional. 4+1 na construção onde Dani Alves tinha liberdade para se movimentar e Busquets colocava-se sempre (!) nas costas dos avançados o que possibilitava bastante espaço de condução aos 4 da construção e obrigava o adversário a baixar. Já em criação estavam 5 jogadores bem distribuidos em largura e profundidade, ocupando todos os corredores e com vários movimentos de apoio/ruptura.
  • Dinâmica posicional. Se à direita Adama é jogador de corredor e manteve-se sempre por fora, à esquerda, tudo se movia em função de Frenkie De Jong. O médio que começava entre linhas poderia baixar para a construção e forçar a rotação do triângulo de corredor lateral (Jordi Alba fora e Gavi dentro), como se movimentar para fora forçando Gavi a pedir a bola dentro. No entanto, todos os posicionamentos se mantinham ocupados, o que conferia um bom jogo posicional apesar da dinâmica posicional.
  • A função de Ferran Torres. O fabuloso jogador espanhol, um dos reforços de Inverno de Xavi, foi importante na forma como baixava em apoio para oferecer linha de passe de forma a manter a posse ou bater a pressão e ser solução para ligar em criação. Inteligência de Ferran fez com que conseguisse descobrir os buracos na linha média adversária para receber e/ou tocar e velocidade e agressividade no último terço que lhe permitia acelerar e atacar cruzamento entre linha e guarda-redes ou atacar a profundidade com bons movimentos de ruptura.
  • Preparação da perda. Mais que a reação à perda, importante referir que neste jogo foram fundamentais os posicionamentos de preparação da mesma de Busquets, Alba e Dani Alves. A primeira linha de equilíbrio formada pelos 3 permitia ao Barcelona estar organizado e preparado para recuperar e atacar novamente, algo que oferece uma sensação de controlo, tranquilidade e facilidade em subjugar o adversário gritante.

O Barcelona segue paulatinamente o seu crescimento, tanto a nível exibicional e qualitativo como nos resultados. Ainda assim, longe daquilo que outrora já apresentou, mas consciente de que este é o caminho certo.


Seja o primeiro a comentar

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado.


*