Sporting x Man.City: Notas Rápidas

O jogo do Sporting com o Manchester City veio confirmar a superioridade da equipa de Guardiola que é cada vez mais uma das grandes candidatas a ganhar a competição este ano.

O Sporting apresentou-se no seu sistema tático habitual para combater um City que não iria ter uma referência atacante mais fixa e que iria favorecer as dinâmicas e a rotação entre posições do seu conjunto.

Já por sua vez o City com Rodri, Bernardo, De Bruyne e um pouco mais à frente destes Foden, iria povoar uma zona onde o Sporting apenas iria jogar com Matheus Nunes e Palhinha.

  • A equipa de Ruben Amorim esteve sempre com muitas dificuldades em conseguir construir e chegar com qualidade ao meio campo ofensivo fruto de uma pressão do City super eficaz não só sobre o portador, como também no seu meio envolvente de modo a que não houvesse mais soluções do que devolver a bola à saída pelos centrais.
  • Segundo estatísticas do SofaScore, os três jogadores mais avançados do Manchester City (Sterling, Foden e Mahrez) tiveram uma precisão de passe entre 90 a 100%! Número impressionante tendo em conta que são jogadores que atuam muito tempo no último terço. Isto mostra não só a qualidade técnica e tática individual como também a incapacidade do Sporting em momento defensivo de anular as constantes triangulações dos jogadores “ingleses”.
  • Uma coisa é fazer-se uma pressão alta, outra coisa é ser de tal maneira eficaz que entre Sterling, Bernardo e Foden, foram recuperadas 7 bolas em zonas altas do terreno. Ora isto representa uma enorme capacidade para bloquear a saída do Sporting mas também para apanhar os leões desequilibrados e ao mesmo deixar a equipa do City em zonas de criação, perto da área e perto do golo.
  • Pedro Gonçalves muito abaixo do esperado e enquanto do lado oposto Sarabia conseguiu ajudar a fechar o corredor de De Bruyne e Mahrez, Pote, não chegou perto de o fazer no corredor de Bernardo e Sterling.
  • Matheus Nunes foi sempre o mais inconformado e tentou sempre ter bola para lançar Sarabia ou virar o jogo para Porro.
  • Palhinha e Matheus foram sempre incapazes de suster o coletivo do City que tem um jogo entre linhas brutal em quantidade e qualidade e acima de tudo constante. Os pupilos de Guardiola conseguiram explorar as lacunas do Sporting no meio campo defensivo mais especificamente na zona “centro esquerda” na forma como o City atacava. As costas de Pote deixaram sempre Porro em inferioridade numérica, obrigaram Palhinha a sair do corredor central para apoiar o ala espanhol, deixando espaço no corredor central e Matheus sozinho nesse local.
  • Bernardo Silva continua a um nível altíssimo tanto na capacidade de ser o terceiro elemento de trabalho do meio campo, como na criação, como na finalização. No momento defensivo recuperou bolas e faz uma pressão energética que condiciona qualquer adversário.

Na cabeça do adepto de futebol já se previa que o jogo iria ficar difícil para o Sporting perante um dos candidatos ao título europeu, no entanto, uma goleada por 5 golos não estaríamos a contar dado momento crescente do Sporting no panorama europeu.

Sobre EdgarDavids 61 artigos
Analista de Desempenho Coletivo e Individual & Técnico de Exercício Físico.

2 Comentários

  1. Estes jogos e os de sexta-feira são bons exemplos para a merda de futebol que se pratica em Portugal. Quase todas as equipas apenas pensam no resultado pelo resultado e vale tudo (literalmente) para ganhar os jogos, nem que seja com vinte gajos atrás da bola e o cão a morder o árbitro e o treinador a picar tudo e todos ao longo de 90 minutos. Esquecem-se é que isto é futebol e que o primeiro objetivo tem de ser jogar à bola, não há outra alternativa. A maior parte das equipas portuguesas são agora um manto de retalhos sem um pingo de identidade, os clubes jogam com conceitos totalmente diferentes de escalão para escalão e os jogadores mais talentosos têm de provar anos e anos para ter uma oportunidade (enquanto os brutamontes têm mais facilidade, basta ver que o Bruno Costa se calhar tem tantos jogos a titular como o Fábio Vieira ou que o Vitinha poderia ter sido vendido por apenas mais 4 milhões do que custou o Rafa ao Benfica, onde o pezudo do P. Bernardo tem as portas escancaradas mas o Dantas ou B. Silva nem um minuto conseguiram) constantemente a pensar como travar os adversários e o resto logo se vê e se ficar zero-igual está óptimo para chegar à entrevista e dizer um conjunto de banalidades: “Fizemos um grande trabalho, ainda estamos crus mas temos muita fome” e mais bla bla bla de valor igual a zero. Depois vem aqui o irmão do Laudrup informar a malta que o problema é psicológico e tal, que isto de jogar à bola tem muito que se lhe diga. Pois ontem não houve assim muita conversa: uns jogaram à bola e não foi preciso bater em ninguém, nem correr desalmadamente, enquanto os outros pareciam uns coitadinhos.

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