Dava para mais, Porto – Curtas

Jogo dividido, incerto até final mas que esteve longe de ser bem jogado. Segue em frente a equipa que no cômputo das duas mãos melhor jogou e mais oportunidades criou, ainda que a turma de Peter Bozs não seja superior à de Sérgio Conceição.

Defensivamente foi um Porto mais controlador que pressionante. Montou um 451 em bloco médio, saltou com interiores alternadamente nos centrais e o objetivo passava apenas por cobrir a bola, fechar espaços interiores e não permitir a progressão do adversário. A distância que os interiores percorriam quando saltavam aos centrais e voltavam não permitia a equipa ser pressionante e precipitar a perda do Lyon. No entanto, a equipa francesa foi acumulando alguns erros não tão forçados e oferecendo possibilidades de transição ao Porto (numa delas surge o golo de Pepê).

Ofensivamente o fraco jogo do Porto muito se deveu à construção demasiado errática e que acumulou perdas e bolas longas sem qualidade. A colocação de Grujic como 6 não ajudou, obrigando os interiores a baixar em demasia, trazendo a pressão dos dois médios franceses e afetando o jogo posicional da equipa. A verdade é que os posicionamentos adotados pelos azuis e brancos em vários momentos do jogo foram castrantes e fáceis de defender, tendo demasiados jogadores na construção e pouca profundidade na largura do seu jogo.

Nota positiva para Pepê que voltou a ser o mais desequilibrador do ataque azul e branco e marcou um golaço. Também Fábio Vieira foi demonstrando a sua qualidade técnica e capacidade para se associar, ainda que não tenha feito o seu melhor jogo. Já Galeno (mais forte por fora que por dentro) e Eustáquio (mais de construção que de criação) não aproveitaram a oportunidade. Grujic por sua vez foi “mais do mesmo”. Um jogador que sem bola tem um grande raio de ação, é muito forte nos duelos e que acumula desarmes e recuperações com uma facilidade enorme, mas que ofensivamente pouco acrescenta. Pepe, Mbemba e Zaidu sofre também do mesmo mal, eles que são exímios defensores mas muito erráticos com bola, o que prejudica o jogo ofensivo da equipa.

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